sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

A primeira escola de jornalismo do mundo


Registros históricos apontam como sendo a primeira escola de jornalismo do mundo a Missouri School of Journalism, de Columbia, Missouri (EUA), fundada pelo editor do jornal Columbia Herald, Walter Williams, em 14 de setembro de 1908, com o apoio e incentivo do jornalista e editor Joseph Pulitzer. Desde os seus primeiros dias, a escola se notabiliza por utilizar o 'método Missouri', que promove o aprendizado da ciência da comunicação, não apenas pelo estudo teórico e por discussões, mas também pela adoção de aulas práticas. Entre os feitos da Missouri School está o fato de ter formado a primeira acadêmica de jornalismo da história, Mary Gentry Paxton Keeley, que, depois de graduada em 1910, foi trabalhar no Kansas City Post, onde foi a primeira repórter mulher. Na esteira da Universidade de Missouri, outras instituições incluíram cursos de comunicação. Foi o caso das universidades de Indiana, em 1911, e de Columbia, Nova Iorque, em 1912. Nos anos 1920 surgiram outras escolas. Uma versão não muito consistente indica que, em 1869, o general estado-unidense Robert E. Lee introduziu no Washington College, nos Estados Unidos, aquele que seria o precursor dos cursos de jornalismo. As informações sobre esse curso, no entanto, não são tão conclusivas quanto às que se referem à Missouri School of Journalism. Na Europa, as discussões para a implantação de um curso superior de comunicação remontam ao início do século passado, conforme atesta o artigo do Correio do Povo de 5 de outubro de 1900, que republicamos a seguir. Não obstante, a primeira Faculdade de Jornalismo daquele continente teria começado a funcionar em 1920, na Inglaterra. O Brasil conheceu o primeiro curso do gênero em 1927. Foi a Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, de São Paulo.


Acima, Mary Gentry Paxton Keeley, entre colegas graduados em 1910.

Cartoon:

Estudantes da Missouri School enfrentam no dia-a-dia
 as mesmas pressões dos profissionais
desde a estressante dead line
 até as cobranças pós-edição. (The Savitar Cartoon)

Escola de jornalismo

Correio do Povo, 5 de outubro de 1900

Na grande capital da França, é atualmente objeto das mais elevadas atenções a fundação de uma escola de jornalismo, que estabeleça garantias para essa nobre profissão, tratando ao mesmo tempo de educar as aptidões propensas a esse importante ramo da atividade intelectual. Congregaram-se ultimamente em Paris muitos jornalistas autorizados para ouvirem um relatório do sr. Jean Bernard, incumbido de um estudo a tal respeito. Eis em resumo as condições do relator:

A escola de jornalismo encontrou numerosos adeptos e a ideia foi também muito combatida. O congresso da imprensa realizado em Lisboa emitiu um voto favorável acerca das conclusões do relatório do sr. A. Bataille, voto, aliás, platônico, porque em Paris não encontrou o apoio que se esperava. Entretanto , fizeram-se ensaios teóricos na faculdade católica de Lille, e práticos, na escola superior de estudos sociais de Paris e, pode se dizer, que todos esses ensaios não resolveram a questão, que é assaz grave para que, na presente conjuntura, se possa resolver, pois faltam documentos pelos quais, precisa e materialmente, em face das estatísticas se faça a tal respeito um juízo seguro em relação aos resultados obtidos no estrangeiro. Desta forma, o relatório sobre este assumpto, só pode ser uma especie de prefacio a estudos mais completos, mais documentados, quando apoiado por elementos mais positivos. O congresso deve, pois continuar a interessar-se, por esta questão, declará-la de principalíssima importância e abrir em toda a imprensa do mundo inteiro uma especie de inquérito, cujos resultados convergirão ao bureau central, afim de que, ouvidos todos os que tenham alguma cousa útil a dizer a tal respeito, seja possível, no próximo ano, que um novo relator proponha uma resolução firme, e redija conclusões que sejam, como precisam ser, sustentadas não só sob o ponto de vista moral, como talvez por forma mais afetiva.

(Correio do Povo de 30.11.2008)


“È andar. E andar. Osasco. Vila Ipojuca, Água Branca, Perdizes, Barra Funda, Centro, Pinheiros, Lapa, na volta. Roteiro é este, com algumas variações para as beiradas das estações de ferro, dos cantos da Luz, dos escondidos de Santa Efigênia. Também um giro lá por entre as Ruas Itaboca e Aimorés, na fervura da zona do Bom Retiro. Sem amor não dá nem pra atravessar a rua”.

João Antônio



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