Por Camila Kosachenco
Os exercícios
→ Todos nós temos músculos, mesmo quem é sedentário. O que
devemos fazer é estimular esses músculos para que eles aumentem. Para isso,
nada melhor do que a musculação.
− Nada se compara
à musculação para aumento de massa magra − diz Alessandro Gamboa, do Conselho
Regional de Educação Física da 2ª Região.
Mas não é qualquer musculação que gera bons
resultados: para efetivamente aumentar os músculos, é preciso deixar de lado a
zona de conforto e investir em exercícios intensos, daqueles que provocam
exaustão.
− A pessoa precisa sair do treino esgotada
e pensando: “Dei o meu máximo, não conseguiria fazer mais três ou quatro
exercícios” − recomenda o treinador e nutricionista Éverton Bottega.
Apenas a musculação dá esse efeito? Não. É
possível melhorar a quantidade de massa magra fazendo pilates, crossfit e
funcional, por exemplo. A desvantagem é que esse tipo de exercício demora mais
para gerar ganho muscular. Caminhadas, corridas e outras atividades semelhantes
são excelentes para a saúde cardiovascular e a manutenção do peso adequado, mas
não são efetivos para o ganho de músculos.
A alimentação
→ Quando o assunto é dieta para
ganhar massa magra, a grande estrela é a proteína. Mas não adianta viver só à
base de carne ou outras fontes de macronutriente: sozinha, a proteína não opera
milagres. É preciso adicionar carboidratos às refeições, conforme explica a
nutricionista esportiva funcional Anne Porto Dalla Costa:
− Antes do treino, o carboidrato é
responsável por gerar energia. Depois, ele atua na reposição do glicogênio
muscular, que é o “estoque de combustível” dos músculos. A proteína, tanto pré
quanto pós-treino, garante os aminoácidos necessários para evitar o
catabolismo, quando o corpo usa músculos como fonte de energia.
Uma proporção interessante para quem deseja
ganhar músculos, recomenda Anne, é consumir quatro partes de carboidrato para
uma de proteína. Ou seja: dá para consumir 60 gramas de aveia e dois
ovos, por exemplo.
Além dos ovos (com gema!), outras proteínas amigas dos músculos são as
carnes magras e as leguminosas, como feijão, lentilha, amendoim e grão de bico.
O sono
→ Treinar regularmente e comer
bem é fundamental, mas não dá para exagerar: descansar também é decisivo para o
ganho de músculos.
− As três esferas do resultado são:
nutrição, treino intenso e bom descanso, o que inclui um sono reparador − elenca
o treinador e nutricionista Éverton Bottega.
Uso de hormônios
→ Seria ótimo ganhar músculos sem
muito esforço, certo? Para obter os primeiros resultados nas medidas, é
preciso, no mínimo, de três a quatro semanas de musculação. Agora, para obter
resultado aparente, é preciso dedicar-se de seis a oito semanas, afirma
Bottega.
Por causa desta demora, muitas pessoas
acabam recorrendo a certas substâncias para acelerar o processo. Uma das mais
populares é o hormônio do crescimento, o GH.
− É contraindicado o uso de hormônios para
ganho de massa magra. A curto prazo, a pessoa pode perceber benefícios
estéticos e melhora na perfomance. Mas, a médio e longo prazo, isso pode trazer
danos − salienta e endocrinologista Melissa Barcellos Azevedo, chefe do Serviço
de Endocrinologia do Hospital Mãe de Deus.
Entre as consequências mais graves das
“bombas”, como muitos chamam esse tipo de hormônios, está o desenvolvimento de
câncer. O uso de testosterona por mulheres também não é recomendado para esse
fim. Sem indicação, pode provocar aumento do clitóris, queda de cabelo, mudança
na voz, infertilidade e alterações cardíacas.
− O uso de testosterona em mulheres na
menopausa já é controverso, imagina em uma jovem − completa a endocrinologista.
A suplementação
→ Mesmo cumprindo todas as recomendações
em relação a dieta, exercícios e descanso, algumas pessoas podem precisar de
suplemento para conquistar mais massa magra. Mas atenção: mesmo que muitos
produtos sejam naturais, toda suplementação precisa ser prescrita e orientada
por um nutricionista. Veja as principais alternativas.
Whey protein
→ Trata-se do mais popular dos
suplementos para conquistar músculos. É um produto à base de proteína indicado
para pessoas que não ingerem a quantidade ideal desse macronutriente por meio
da alimentação − que varia de 0,8
grama a 2
gramas para cada quilo do indivíduo.
− O primeiro passo é organizar a
alimentação. O suplemento deve ser utilizado quando não é possível atingir tudo
o que o individuo precisa, seja por falta de apetite, por capacidade gástrica
ou ainda para deixar o plano alimentar mais prático: pode ser mais fácil
consumir ou carregar 20
gramas de whey do que três ovos ou 65 gramas de frango, por
exemplo − diz a nutricionista Anne Porto Dalla Costa.
Se esse não for seu caso, a melhor dica é
investir nas refeições, pois, sozinho, o whey não promove ganho de músculo − e,
em excesso, pode pesar na balança.
− Qualquer fonte de caloria, se for
consumida além do necessário, pode engordar. O whey protein é recomendado para
qualquer pessoa, praticante de exercício ou não, quando ela não consegue
atingir a quantidade diária ideal de proteína − pondera a nutricionista,
acrescentando que já há estudos importantes que sugerem o uso orientado desse
produto aos idosos, que sofrem com a perda de massa magra.
BCAA
→ Outra suplementação bastante
conhecida é o BCAA. Trata-se da combinação de três aminoácidos que atuam no
ganho de massa magra: valina, leucina e isoleucina. Contudo, ele é pouco
indicado.
− Raramente há a necessidade de
suplementar, já que todas as fontes protéicas, como carnes, ovos e whey
protein, contêm altos níveis desses aminoácidos − destaca Anne.
Outras fontes de proteína
→ Alérgicos, intolerantes e
veganos também podem se valer dos benefícios das proteínas em pó, caso tenham
indicação. Existem no mercado opções de whey sem lactose e versões protéicas
como a de proteínas de amêndoas, ervilha e arroz. Há, ainda, a proteína isolada
da carne, a chamada beef protein.
Saiba mais
} Massa magra e massa gorda → Ganhar músculos não significa
necessariamente perder gordura − não há “troca” de uma pela outra. O que ocorre
é que, com uma dieta adequada e a prática regular de exercícios, as fibras
musculares tendem a aumentar, e as células de gordura, a diminuir.
− Conseguimos reduzir gordura e
aumentar músculos, porém, em um determinado momento, é preciso escolher, pois
fazer as duas coisas ao mesmo tempo é difícil − argumenta Éverton Bottega.
} Muito treino, pouco resultado. Por quê? → Quando isso ocorre, é
preciso fazer algumas ponderações. A primeira é se você está levando seu corpo
ao extremo.
− Para aumento de massa magra, o segredo é
intensidade. Precisa colocar pesos no limite e tentar ir além − diz o educador
físico Alessandro Gamboa.
A segunda são os fatores genéticos: algumas
pessoas têm mais facilidade em ganhar músculos do que outras. Assim como algumas
perdem gordura em menos tempo.
Há, ainda, a consciência corporal: durante
a execução do exercício, conseguir utilizar somente os músculos que devem ser
cuidados.
} Na terceira idade → Com o passar dos anos, é normal que haja
perda de massa magra. Estima-se que, a cada década, após os 40 anos, perde-se
em média 10% dos músculos. Isso significa metabolismo mais lento e outros
problemas.
− Musculação para o idoso é fundamental.
Quanto mais cedo começar, melhor. Qualquer regressão na perda de massa magra é
muito importante. Perder musculatura prejudica a autonomia dos idosos e ainda
pode aumentar os riscos de fraturas, como as de fêmur − alerta Gamboa.
Do caderno Vida –
Zero Hora – dezembro de 2018
No treino cada um tem um objetivo,pode ser ganho de massa muscular,resistência ...,sempre achei a musculação a q o resultado aparece mais rápido.
ResponderExcluirMuito interessante a postagem com dicas muito boas.