sábado, 1 de dezembro de 2018

Maçonaria e Poder



Os “profanos”, como são chamados os não iniciados na maçonaria, quase não entendem o que é dito pelos maçons. Há símbolos demais, palavras inventadas e várias abreviações.

Há quem diga que a maçonaria é discreta, mas não secreta. Ao longo da construção dessa organização, porém, foi feito grande esforço para diferenciar a linguagem dos iniciados da usada pelas pessoas comuns − uma forma clássica de manter um círculo social fechado ou até mesmo clandestino. Abaixo, o bê-á-bá da comunicação usada no interior da fraternidade.

→ Acácia: árvore que simboliza a imortalidade.

→ Acender dos fogos: cerimônia de instalação de uma nova loja.

→ Aclamação: fórmula proferida em uníssono pelos irmãos.

→ Acolada: cerimônia e saudação usadas na admissão de um novo maçom ou na  concessão de um novo grau.

→ Acolhida: outro nome para a iniciação.

→ Altar dos Juramentos: plataforma sobre a qual são dispostas as “três grandes luzes”: a lei sagrada (em geral, a Bíblia), o esquadro e o compasso.

→ Calendário Maçônico: calcula simbolicamente os anos passados desde a origem do mundo; basta adicionar 4 mil anos ao ano em curso.

→ Canhão: copo. Em um banquete ritual, “carregam-se os canhões”, ou seja, servem-se as bebidas.

→ Cadeia de União: os irmãos retiram as luvas e seguram as mãos uns dos outros para formar um círculo, símbolo de coesão da loja e da troca de energia.

→ Cinzel: ferramenta em forma de lâmina que o aprendiz recebe para lapidar simbolicamente o próprio intelecto.

→ Coluna de Harmonia: música de acompanhamento das cerimônias.

→ Colunas: são duas, Boaz e Jachim. Têm uma simbologia rica − vida e morte, aprendizes e mestres, passivo e ativo.

→ Convento: assembleia legislativa anual de maçons, representando o conjunto de lojas, para votar linhas diretoras do ano seguinte.

→ Cordão: fita que envolve o dorso, indo de um ombro ao quadril oposto. Reservado ao grão-mestre.

→ Filiação: admissão em uma loja de um irmão vindo de outra.

→ Franco-Maçom: literalmente “pedreiro-livre” em francês. Pode significar ainda “filho da luz”.

→ Grão-Mestre: presidente do poder executivo da obediência.

→ Grau: nível na hierarquia − os mais altos são os superiores ao terceiro grau.

→ Idade Maçônica: idade simbólica atribuída aos maçons. Vai de três a 500 anos.

→ Livro de Arquitetura: volume das atas das sessões.

→ Lobinho: filho de maçons “adotado” por uma loja.

→ Loja: local ritualmente preparado para a reunião dos francos-maçons. Também chamada de oficina.

→ Luvas: obrigatórias nos encontros. São brancas para indicar que quem as usa é inocente do assassinato de mestre Hiram, construtor do Templo de Salomão.

→ Malho: martelo de madeira, símbolo da vontade e do comando do homem, capazes de transformar a matéria.

→ Mestre: terceiro grau da franco-maçonaria.

→ Obediência: conjunto de lojas que decidem se subordinar a um mesmo comando ou unidade administrativa, como Grande Loja, Grande oriente e Ordem.

→ Oriente: o Leste, fonte de luz e de vida. Para um maçom, passar ao Oriente significa morrer.

→ Quadrilongo: forma simbólica da loja maçônica, correspondendo a um retângulo formado por dois quadrados justapostos.

→ Pedra: simboliza o ser humano. O aprendiz trabalha para esculpir a pedra bruta.

→ Rito: organização dos graus e seus respectivos rituais; há várias centenas deles; os mais conhecidos são o “rito escocês antigo e aceito”, o “rito escocês retificado”, o “rito de York” e o “rito francês”.

→ Sono: o adormecer de um irmão ou de uma loja significa que eles interrompem provisoriamente sua atividade.

→ Templo: sinônimo de loja; referência aos simbolismos do Templo de Salomão.

→ Toque: sinal de reconhecimento. O mais famoso se faz no aperto de mão.

→ Tronco de Beneficência: tronco que circula ao fim dos trabalhos, no qual os irmãos depositam seu óbolo (contribuição).

→ Venerável: presidente eleito da loja. Em princípio, não se pode ser venerável por mais de três anos seguidos.
  

Fonte: História viva encadernada

Abreviações mais comuns

Apr.'. = Aprendiz

Cad.'.de Un.'. = Cadeia de União

Gr.'.M.'. = Grão Mestre

Ir.'. ou Irm.'. = Irmão

Maç.'. = Maçom

Maçon.'. = Maçonaria

M.'. = Mestre

M.'.M.'. = Mestre Maçom

Or.'. = Oriente

Tr.'.de Benef.'. = Tronco de Beneficência

V.'.M.'. = Venerável Mestre

 Os mais célebres maçons brasileiros

Padre Antonio Diogo Feijó - sacerdote paulistano. Lutou pela Independência. Foi deputado e ministro da Justiça.

Lamartine de Azeredo Babo - músico carioca. Um dos mais completos compositores brasileiros.

Rui Barbosa - jurisconsulto baiano. Assombrou o mundo em Haya, na Holanda, ganhando o apelido de “Águia de Haya”. É considerado o maior jurista do Brasil.

Antonio Castilho de Alcântara Machado D′Oliveira - Advogado e Jornalista paulistano. Foi um dos mais importantes e originais representantes do movimento modernista brasileiro.

Victor Brecheret - escultor paulistano. Fundador da escola modernista e autor do Monumento às Bandeiras, localizado no Ibirapuera.

Lauro Severiano Muller - Militar e estadista catarinense, da cidade de Itajaí. Elaborou as leis de construção e funcionamento dos portos. Ajudou muito na ampliação das estradas de ferro.

Menotti Del Picchia - Poeta, jornalista, romancista, contista, cronista e ensaísta paulistano. Um dos arautos do Movimento da Semana de Arte Moderna, em 1922.

Joaquim Saldanha Marinho - político pernambucano. Deputado, senador e governador de São Paulo e Minas Gerais.

Antonio Carlos Gomes - compositor campineiro. O maior compositor clássico brasileiro. Autor da Ópera “O Guarani”.

Quintino Ferreira de Sousa Bocaiúva - político fluminense. Propagandista republicano, foi redator dos primeiros decretos da república.

Alfredo da Rocha Vianna Filho - O “Pixinguinha” - compositor carioca. É considerado o Pai da Música Popular Brasileira. "Carinhoso" é o seu mais expressivo sucesso.

José Joaquim de Andrade Neves / Barão do Triunfo - Militar de Rio Pardo, no Rio Grande do Sul. Um exemplo de soldado militar.

Luiz Gonzaga - Músico, compositor e cantor pernambucano. Um dos grandes nomes da música popular brasileira, é considerado do "Rei do Baião".

Joaquim Gonçalves Ledo - jornalista carioca. Prócer da República e redator do manifesto de fevereiro de 1832. Vetor da fundação do Grande Oriente do Brasil.

Oscar Lorenzo Jacinto de La Inmaculada Concepción Teresa Diaz - O “Oscarito” - considerado um dos maiores comediantes do cinema brasileiro.

Manoel Deodoro da Fonseca - Militar e político da cidade de Alagoas (hoje Deodoro) (AL). Proclamou a República do Brasil, sendo seu primeiro presidente.

Júlio César Ferreira de Mesquita - Jornalista, advogado, escritor e político da cidade de Campinas (SP). Foi diretor e proprietário do jornal O Estado de São Paulo. Deputado e senador, Júlio de Mesquita foi um dos mais brilhantes jornalistas do Brasil.

Nilo Procópio Peçanha - Advogado e político da cidade de Campos (RJ). Um dos mais ardorosos defensores da Campanha Republicana e da Abolição da Escravatura. Foi deputado, ministro de Estado, vice-presidente e presidente da República. Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.

Prudente José de Moraes Barros - Advogado, literato e político da cidade de Itu (SP). Foi deputado provincial, senador, governador do Estado e primeiro presidente civil do Brasil. É considerado um dos homens públicos mais honestos e patrióticos de nossa história.

Jânio da Silva Quadros - Professor, advogado e político da cidade de Campo Grande (MTS). Foi vereador, deputado, prefeito, governador e presidente da República. Orador carismático e político de profunda erudição.

Hervê Cordovil - Músico, compositor e maestro da cidade de Viçosa (MG). No Rio de Janeiro estudou piano e fez músicas com grandes compositores, como Noel Rosa, Lamartine Babo, Adoniram Barbosa e Luiz Gonzaga. É considerado um gênio da música popular brasileira.

Alfredo D'Escragnole Taunay/ Visconde de Taunay - Militar, escritor e político da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Foi governador dos estados de Santa Catarina e Paraná. Dedicou-se à crítica literária, música e pintura. “Retirada da Laguna” e “Inocência”, são suas principais obras. Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras.

Luiz Alves de Lima e Silva/ Duque de Caxias - Militar e estadista, nasceu na Fazenda de São Paulo, no Taquaruçu, na Vila de Estrela da Província do Rio de Janeiro (RJ). Foi Ministro da Guerra, criador do Supremo Conselho Militar. Lutou em várias frentes de batalha, em todo continente. Caxias é o Patrono do Exército Brasileiro.

Bento Gonçalves da Silva - Militar e revolucionário da cidade de Triunfo (RS). Defensor de idéias liberais, comandou a Revolução Farroupilha que levou à proclamação da República do Rio Grande do Sul.

Evaristo Ferreira da Veiga e Barros - Jornalista e político da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Foi deputado, trabalhando incansavelmente pela defesa das instituições públicas. É autor da letra do Hino da Independência.

José Carlos do Patrocínio - Jornalista e escritor da cidade de Campos dos Goytacazes (RJ). Lutou no Movimento Republicano. Seus textos fortes o tornaram símbolo do Movimento Abolicionista no Brasil.

João Caetano dos Santos - Ator e empresário da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Especialista e papéis dramáticos. Introduziu temas brasileiros no teatro do país. Foi defensor do estilo simples e verdadeiro de representar. Teatro João Caetano é em sua homenagem.

Casimiro José Marques de Abreu - poeta carioca. Lírico, harmonioso e melancólico. Autor de poesias maravilhosas como “Primaveras”.

Joaquim do Amor Divino Rabelo e Caneca / Frei Caneca - Frade carmelita e político pernambucano, de Recife. Um dos líderes da Confederação do Equador.

Tomás Antonio Gonzaga - Poeta, advogado e desembargador brasileiro, de origem portuguesa, da cidade do Porto. Participou ativamente do movimento da Inconfidência Mineira. Autor de “Marília de Dirceu” e “Cartas Chilenas”, é considerado um dos grandes poetas do Arcadismo Brasileiro.

Cornélio Pires - Escritor, jornalista e folclorista, da cidade de Tietê - São Paulo. Um dos maiores divulgadores do folclore brasileiro. “Enciclopédia de Anedotas e Curiosidades”, “Almanaque do Saci”, “Quem conta um conto...”, são algumas de suas obras.

José Maria da Silva Paranhos Filho (Barão do Rio Branco) - Historiador, estadista e diplomata da cidade do Rio de Janeiro. Graças aos seus esforços diplomáticos, a Questão do Amapá, foi resolvida em favor do Brasil. Também a Questão do Acre. Serviu a 4 presidentes como secretário de relações exteriores.

José Gomes Pinheiro Machado - Advogado e político da cidade de Cruz Alta - Rio Grande do Sul. Foi senador e deputado constituinte em 1890 e 1915.

Manuel Luís Osório/ Marquês de Herval - Militar da cidade Vila de Nossa Senhora da Conceição do Arroio, hoje Osório - Rio Grande do Sul. Combateu na Revolta dos Farrapos, na Invasão do Uruguai e Argentina. Participou da Guerra do Paraguai. Foi eleito deputado e senador.

Gaspar Silveira Martins - Advogado e político da cidade de Cerro Largo - República Oriental do Uruguai, divisa com o estado do Rio Grande do Sul. Foi deputado, conselheiro do Império, senador, ministro da Fazenda, governador do Rio Grande do Sul e um dos grandes oradores de nossa história.

Antônio Vicente Felipe Celestino - Cantor da cidade do Rio de Janeiro. Um dos maiores intérpretes da música popular brasileira e uma das vozes barítonas mais lindas. Seu grande sucesso foi “O Ébrio”, canção e filme com esse nome.

Fonte: Loja São Paulo 43


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