quinta-feira, 2 de junho de 2016

Histórias de Paraquedistas XVII



Primórdios do “Eterno Herói”

José Álvaro Diniz Nogueira, Pqdt 108

Como soldado incorporado na Companhia Escola de Infantaria, à época sob o comando do então Capitão Newton Lisboa Lemos, recordo-me do memorável momento em que, juntamente com outros companheiros e após o almoço, fui levado, juntamente com meus colegas-recrutas, para a garagem dos pavilhões. Lembro-me que à nossa frente, quase junto à parede, à esquerda de quem entra na garagem pela frente do prédio, foi colocada uma plataforma de madeira tosca, trazida do pátio externo da Companhia, onde diariamente os oficiais e sargentos pioneiros ministravam a “calistênica” para a tropa. Decorridos alguns minutos, nos foi distribuída pelo Cap. Newton Lemos e seus sargentos auxiliares uma folha de papel jornal, daquele usado à época para imprimir o boletim diário, onde se achava mimeografada a letra, não muito legível do “Eterno Herói”. Ato contínuo, o citado Capitão subiu à plataforma e, com seu tom de voz inconfundível, leu o que se achava impresso na folha, tentando cantar os versos, no que foi acompanhado a seguir, e por repetidas vezes por todos os presentes, recrutas como eu, sargentos e demais militares ali presentes, circunstância extraordinária, eis que ali surgia, de forma toda especial, o que mais tarde viria a se tornar a “Canção do Paraquedista”, símbolo da nossa tropa e conhecida pelos paraquedistas de todas as épocas.

Letra original do próprio autor do Eterno herói


Canção do Paraquedista - Eterno Herói

Letra e música do General Paraquedista Newton Lisboa Lemos
  

  O então Cap Newton Lisboa Lemos, Pqdt 25, pioneiro.


Cumprindo no espaço a missão dos condores.
Valente e audaz não vacila um instante.
Nas asas de prata ao roncar dos motores,
Vai a sentinela da Pátria distante.

Chegado o momento descendo dos céus,
Num salto gigante surgindo do anil.
Vai ele planando no templo de Deus,
Lutar em defesa do nosso Brasil.

Paraquedista,
Guerreiro alado vai cumprir sua missão.
Num salto audaz,
Vai conquistar do inimigo a posição.

Paraquedista,
No entrechoque das razões sempre será
O eterno herói,
Que no avanço e na luta ninguém deterá.*

Hurra! Hurra!

*É assim que deve ser cantado esse último verso, e não: Que no avanço da luta ninguém deterá.




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