Com o agravamento da crise americana
este texto tenta explicar, em linguagem de bar, como surgiu a recente pane
financeira que teve origem no crédito subprime.
A crise
americana começou mais ou menos assim:
O seu Biu tem um bar na Vila Carrapatos,
e decide que vai vender cachaça na caderneta aos seus leais fregueses, quase
todos desempregados ou sem emprego fixo.
Como decide vender na conta, ele pode
aumentar um pouquinho o preço da branquinha (a diferença é sobre o preço que os
pinguços pagam pelo crédito).
O gerente do banco do seu Biu decide
que as cadernetas do bar são, afinal, uma lucrativa bolada a receber (que
batiza de “recebíveis”) e começa a
adiantar dinheiro à bodega tendo o pindura como garantia.
Uns seis Zé-cutivos de bancos, mais
adiante, utilizam os tais haveres do banco e os transformam em CDB, CDO, CCD,
UTI, OVNI, CBF, SOS e outras siglas que ninguém sabe exatamente o que quer
dizer.
Essas geniais invencionices para
atrair dinheiro turbinam o giro do mercado financeiro e levam a fazer negócios
derivados, que, por isso, são batizados de “derivativos”. E que tem como base (“lastro”) o que todo mundo desconhece: as cadernetas do seu Biu.
Esse “derivativos” são negociados como se fossem títulos sérios e
poderosos, com fortes garantias reais, em 100 países.
Até que alguém descobre que os
pinguços da Vila Carrapatos não têm dinheiro para pagar as contas, e o Bar do
seu Biu vai à falência, não paga o empréstimo do Banco, que não honra seus
compromissos etc, etc, etc...
E toda a cadeia entra em “crise sistêmica”. Ou, como resumiria seu Biu: danou-se todo mundo!
Autor desconhecido
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