sábado, 1 de abril de 2017

Nonada


Guimarães Rosa por Fraga

Guimarães Rosa foi um grande criador de palavras novas. A primeira de seu livro Grande Sertão: Veredas, nonada, é um neologismo, ou seja, uma palavra inventada pelo autor para demonstrar algo que é insignificante, uma ninharia. Outros exemplos:

Aboborar → estar deitado

Adormorrer → morrer dormindo

Bedelengar → badalar (o sino)

Bembaratar → gastar; empregar de forma conveniente

Boólatra → amante de bois

Brisbrisar → soprar a brisa

Caratonha → cara feia e grande

Destamanho → muito grande

Discardume → dispersão do cardume

Escafuar → fazer sair, escafeder

Estramontar → ficar desorientado, perder a tramontana

Extraordem → fora do comum

Fazejo → acostumado, à vontade, a gosto

Fluifim → pequenino, gracioso

Friúme → frio

Gateza → agilidade, ligeireza semelhante à de gato

Izinvernar → passar o inverno, época das chuvas

Lagalhé → João-ninguém, indivíduo insignificante

Luzluzir → fazer reluzir

Mananta → chefe, maioral

Mangonha → astúcia, manha

Muquirana → espécie de piolho

Nédio → gordo, de pele lustrosa

Ousoso → ousado, rápido

Parapatas → confusão, dificuldade

Peitavento → peitar o vento

Poroca → mentira, lorota

Proposituído → propósito estabelecido

Quiriri → sonolência

Repimpar → acomodar-se

Ressupino → deitado de costas

Salfirento → agitado, excitado, assanhado

Sanhudo → furioso, insaciável

Sofismudo → desconfiado, calado

Sofralda → sopé da montanha

Tantamente → muito, tanto

Taramelagem → tagarelice, falatório

(Do livro “O Original Almanaque Dúvida Cruel”, de Priscila Arida)




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