Guimarães Rosa por
Fraga
Guimarães Rosa foi um grande criador
de palavras novas. A primeira de seu livro Grande
Sertão: Veredas, nonada, é um neologismo, ou seja, uma palavra inventada
pelo autor para demonstrar algo que é insignificante, uma ninharia. Outros
exemplos:
Aboborar → estar deitado
Adormorrer → morrer dormindo
Bedelengar → badalar (o sino)
Bembaratar → gastar; empregar de
forma conveniente
Boólatra → amante de bois
Brisbrisar → soprar a brisa
Caratonha → cara feia e grande
Destamanho → muito grande
Discardume → dispersão do cardume
Escafuar → fazer sair, escafeder
Estramontar → ficar desorientado,
perder a tramontana
Extraordem → fora do comum
Fazejo → acostumado, à vontade, a
gosto
Fluifim → pequenino, gracioso
Friúme → frio
Gateza → agilidade, ligeireza
semelhante à de gato
Izinvernar → passar o inverno,
época das chuvas
Lagalhé → João-ninguém, indivíduo
insignificante
Luzluzir → fazer reluzir
Mananta → chefe, maioral
Mangonha → astúcia, manha
Muquirana → espécie de piolho
Nédio → gordo, de pele lustrosa
Ousoso → ousado, rápido
Parapatas → confusão, dificuldade
Peitavento → peitar o vento
Poroca → mentira, lorota
Proposituído → propósito
estabelecido
Quiriri → sonolência
Repimpar → acomodar-se
Ressupino → deitado de costas
Salfirento → agitado, excitado,
assanhado
Sanhudo → furioso, insaciável
Sofismudo → desconfiado, calado
Sofralda → sopé da montanha
Tantamente → muito, tanto
Taramelagem → tagarelice,
falatório
(Do livro “O Original
Almanaque Dúvida Cruel”, de Priscila Arida)
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