De uma época pré-cartão e pré-pix
Já amanhecendo, quatro amigos, já pra lá de Bagdá...
Fala um deles para o garçom:
‒ Chefia, traz a saideira!
Outro, já aproveitando o embalo:
‒ Aproveita e traz também a “dolorosa”!
O garçom traz quatro chopes e a conta.
Um deles pega a conta e diz:
‒ Barbaridade, tchê, deu 160 pilas!
Um deles adverte, preocupado:
‒ Guris, notaram que no caixa há um cartaz dizendo: “Não aceitamos cheques”.
Outro, já meio caneado e mais prático, sussurra:
‒ Vai dar 40 pilas pra cada um... Vamô lá, indiada!
Fala um meio sonolento:
‒ Eu dou 50 pilas e quero troco.
Fala outro:
‒ Eu só tenho 30 pilas.
Vendo que os outros dois continuam beber tranquilamente, um deles fala grosso:
‒ Vocês não se façam de salame. Vão logo, comecem a se coçar, que eu não sou pai de cascudo!
O mais calmo também não se contém:
‒ Vocês estão pensando que rabo de porco é saca-rolha? Que focinho de porco é tomada? E por acaso vocês têm escorpiões nos bolsos? Vamos logo, piazada, mostrem as carteiras!
Um deles mexe na carteira e põe na mesa 20 pilas:
O mais velho, já puto da cara:
‒ Não me vem com perna de anão! Tem que ser 40 pilas!
Depois de alguns minutos, conseguem, entre três amigos, a quantia de 110 pilas.
Fala um deles:
‒ Zeca, acerta a minha que depois eu acerto contigo...
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