terça-feira, 14 de março de 2017

Tudo o que desce, sobe.


Não é coisa de criança: a maioria das pessoas vai se queixar de sintomas de refluxo durante a vida adulta.

O refluxo é uma das doenças mais comuns do sistema digestivo e, pode parecer clichê, diz muito sobre a sociedade moderna. A sensação de queimação causada por uma falha no esfíncter, válvula que impede que o suco gástrico suba do estômago para o esôfago, está relacionada à obesidade, hábitos alimentares ruins e aumento no nível de estresse. “Cerca de 80% dos adultos em algum momento vão ter queixa de refluxo, mas nos últimos 40 anos observamos um aumento na incidência da doença”, explica o cirurgião do aparelho digestivo Marcelo Salem, do Hospital e Maternidade São Luiz Itaim.

Ao contrário do estômago, que tem proteção natural contra o ácido que ajuda na digestão dos alimentos, a parede do esôfago não está preparada para esse contato. Daí a sensação de ardência ou queimação no peito quando a válvula deixa escapá-lo para fazer caminho inverso.  Por causa da agressão da acidez, tosse e inflamação na garganta são outros sintomas. Se não tratado, o refluxo pode causar lesões mais graves, como úlceras e esofagites.

Em geral, o tratamento consiste em diminuir comportamentos ou fatores de risco que podem provocar refluxo. O principal deles é a obesidade, que aumenta a pressão dentro da barriga e ajuda a “empurrar” o ácido para cima. Na hora de comer, é bom evitar alimentos gordurosos (mais difíceis de digerir) e os que irritam o estômago e atrapalham ainda mais o funcionamento do esfíncter, como café e álcool. Comer e deitar em seguida também não é uma boa ideia, visto que a gravidade dá uma forcinha para manter tudo no lugar.







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