Era
uma vez um pinto e uma piava.
O pinto pintava e piava. Mas a piava não pintava nem piava.
O pinto pintava, porque já tinha pinta de galo. E piava, porque todo pinto pia. Pia, a sério ou pia por pilhéria, por simples piada.
A piava não pintava, porque era piava e não pintado. É o filhote do pintado que pinta. E a piava não piava, porque a piava não é pinto. E é o pinto que pia.
Nem o pinto nem a piava eram pintados. Eram pinto e piava de verdade.
O pinto piava sempre que andava com sede e queria beber água na pia, onde vivia a piava.
Quando o pinto piava, a piava se irritava e pintava o sete na pia.
E, assim, o pinto piava e a piava pintava.
(Textos do Almanhaque do Barão de Itararé de 1955 – primeiro semestre)
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