A sala quente e já quatro horas naquele batido. Era a sexta testemunha:
- Seu nome?
- Quem? Eu?
- Sim, o seu nome?
- Joaquim.
- Joaquim de quê?
- Teixeira. Teixeira da Conceição. Joaquim Teixeira da Conceição.
- Brasileiro?
- Quem? Eu?
- Sim, naturalmente: o senhor.
- Sou, sim senhor.
- Nasceu em que Estado?
- Quem? Eu?
O Juiz ia esquentando por dentro que nem caldeira. Forçou a calma.
- Idade. Quantos anos têm?
- Quem? Eu?
Explodiu, lá da cadeira, o Juiz:
- Não! Não é o senhor não. Eu!
O homenzinho olhou imperturbável. Reparou bem. Deu de ombros, depois falou:
-
Como é que eu posso saber a idade do senhor, doutor?
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(Newton Braga em Poesia e Prosa, Editora do Autor, Rio de Janeiro)
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