A troca vantajosa
Numa reunião entre o presidente
Richard Nixon e a primeira ministra de Israel, Nixon disse a Golda Meir que lhe
dava três generais, os que ela escolhesse, em troca pelo General Moshe Dayan. “Okay”,
Golda concordou: “Dê-me o General Electric, o General Motors e o General Dynamic.”
Quem tudo quer tudo perde...
O General Moshe Dayan, quando
Ministro da Defesa de Israel, afirmou mais tarde num prefácio ao Livro de Jean
Laterguy intitulado As Muralhas de Israel:
“Partimos para a guerra no intuito de
abrir o estreito de Tiran, mas quando a Jordânia se juntou aos Egípcios
conquistamos a Cisjordânia até ao Jordão e libertamos Jerusalém. Depois, foi a
vez de a Síria querer entrar no conflito, e conquistamos o planalto de Golan.
Ninguém, nem eu nem qualquer outra pessoa, previra que as coisas se iriam
passar assim. Em seis dias, o nosso exército, combatendo em todos os horizontes
de Israel, traçou as fronteiras que mantemos atualmente.”
A arrogância de um centurião
Por Durval Antunes
Machado Pereira de Andrade Nery*
Eu estava com a aviação em missão na
Amazônia, comandava a Brigada de Aviação do Exército. Fui lá várias vezes. Fiz
o primeiro voo de helicóptero para atravessar a Amazônia, em 1992. Foi uma
aventura, mas fomos, deixamos cinco helicópteros lá. Aí eu recebo uma ordem de
Brasília.
Eu, General do Exército Brasileiro,
comandando uma das mais novas brigadas do Exército, a Brigada de Aviação, 72
helicópteros, recebo ordem para participar de um encontro no Centro de
Instrução de Guerra na Selva - CIGS, em Manaus, com um general americano, não lembro o
nome dele.
Esse general comandava a divisão de
emprego de tropas especiais, as forças especiais americanas, comandos, rangers, helicópteros; a tropa que é
utilizada no primeiro dia de combate fora dos EUA.
Foi assim na
Guerra do Golfo, foi assim em Granada, foi assim no Panamá.
Ao se
apresentarem, o adido militar americano no Brasil me falou:
-
General Nery, o senhor tem alguma coisa a falar com o nosso general aqui?
Respondi:
- Não, eu apenas fui
avisado para vir porque ele desejava falar comigo. O que o senhor deseja me
falar?
Ele disse:
- Eu quero que você treine
2.000 pilotos meus na Amazônia.
Treinar os 2.000 pilotos dele,
veteraníssimos da Guerra do Golfo, para aprenderem a voar na selva amazônica...
Retruquei:
- Olhe, eu acho que o
senhor está enganado. O senhor deveria estar treinando em outro lugar. Além do
mais, eu acho um desrespeito o senhor se dirigir dessa forma à pessoa de um
general do Exército brasileiro. Por favor, me dê licença.
Ele
interrompeu:
- Não, um momento. Na
verdade eu queria que vocês ajudassem a conseguir uma autorização para que eu
treinasse 26.000 homens, da minha divisão, na Cabeça do Cachorro (AM). Eu
pretendo ficar seis meses ali.
Uma proposta feita para mim, fardado,
um general brasileiro, dentro do meu país, dentro do Brasil. Isso ocorreu entre
1992 e 1993.
Os outros generais presentes, Gen Ex
Santa Cruz, Comandante Militar da Amazônia e Gen Bda Thaumaturgo, Chefe do
Estado Maior do CML, sabem do ocorrido e tiveram a mesma reação. O que nos
chamou a atenção foi a ousadia daquele homem, a sua prepotência de vir aqui, ao
Brasil, com esta intenção.
*Paraquedista 7140 do Turno 1961/1 - MS 933 - Salto Livre 10 - GIGS 251 e Comando 62.
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