Composição: Antonio Carlos de Carvalho / César Augusto / José Homero
Tá vendo aquele menino, que
pede um trocado,
O outro que limpa o vidro do
seu lindo carro.
Aquele que chora de fome e
mora na rua,
O filho da mulher que vive
No mundo da lua.
Tá vendo aquele menino, que
não tem carinho?
Achou um amigo bandido pra
não ser sozinho.
Tá vendo aquele que chora, com
medo da solidão,
Dormindo nos cantos da vida, nos braços do chão?
Filhos do mundo são eles, em
busca de paz,
Perdidos em tantas esquinas
que são seus quintais.
Esses meninos são anjos ou
são marginais?
Onde estão seus brinquedos? Cadê os seus pais?
Tá vendo aquele menino com
necessidades,
Esconde no fundo do peito as
suas vontades.
Aquele que tem pele escura e
que ninguém quis,
Perdeu o direito de um dia, também ser feliz.
Tá vendo aquele menino que
fere e mata?
Tem ódio de quem só ofende,
machuca e maltrata.
Tá vendo aquele menino que
tanto precisa de amor,
Pode ser uma joia, um tesouro e ninguém dá valor.
Tá vendo aquele menino que
ainda ninguém deu valor,
Será que um dia terá um pouquinho de amor?
Menino Pobre
Ontem eu vi um menino
Sozinho, deitado na rua;
A sua única companhia
Eram a noite, as estrelas e a lua.
As nuvens, aos poucos se
uniram;
No céu, um rugido latente
Anunciou a chuva atroz
Que encharcou o menino doente.
O menino sequer acordou,
Não correu, não gritou, não
gemeu,
A enxurrada o menino levou
E ninguém na rua percebeu.
O menino não tem pai, nem
mãe,
Ele é filho meu, filho seu.
A noite chorou tristemente
Porque o pobre menino morreu.
(Poesia dos Excluídos)
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