O
título do texto é a estrofe de Divino Maravilhoso escrita por Caetano Veloso, em 1968, e imortalizado
na voz de Gal Costa. Era um tempo de
repressão, quando a arte ‒ e não só ela ‒ sofria perseguições de toda ordem. Um
tempo em que livros eram censurados.
Atenção
ao dobrar uma esquina,
Uma
alegria, atenção, menina,
Você
vem? Quantos anos você tem?
Atenção,
precisa ter olhos firmes
Pra este Sol, para esta escuridão.
Atenção,
Tudo
é perigoso,
Tudo
é divino maravilhoso,
Atenção para o refrão.
É
preciso estar atento e forte,
Não
temos tempo de temer a morte.
É
preciso estar atento e forte,
Não temos tempo de temer a morte.
Atenção
para a estrofe e pro refrão,
Pro
palavrão, para a palavra de ordem,
Atenção para o samba exaltação.
Atenção,
Tudo
é perigoso,
Tudo
é divino maravilhoso,
Atenção para o refrão.
É
preciso estar atento e forte,
Não
temos tempo de temer a morte.
É
preciso estar atento e forte,
Não temos tempo de temer a morte.
Atenção
para as janelas no alto,
Atenção
ao pisar o asfalto, o mangue,
Atenção para o sangue sobre o chão.
Atenção,
Tudo
é perigoso,
Tudo
é divino maravilhoso,
Atenção para o refrão.
É
preciso estar atento e forte,
Não
temos tempo de temer a morte.
É
preciso estar atento e forte,
Não temos tempo de temer a morte.
O que significa a música Divino Maravilhoso?
“Divino Maravilhoso” foi uma música escrita por Caetano Veloso e arranjada por Gilberto Gil para o festival da MPB de 1968. Imortalizada na voz marcante de Gal Costa, a música nos fala dos perigos de se viver sob um regime repressivo, mas que é preciso resistir. Mais contemporâneo impossível.
Então: É preciso estar atento e forte, não temos tempo de temer a morte, pois tudo é divino, maravilho!
Um pouco da história de Divino Maravilhoso
O empresário dos tropicalistas, Guilherme Araújo, utilizava essa frase com frequência quando fazia algum elogio: “divino, maravilhoso”. Caetano conta em seu livro ‘Verdade Tropical’ que, a depender da empolgação, ainda era acrescentado um “internacional”.
Gal Costa por Elifas Andreato
Essa foi a inspiração de Caetano e Gil ao criarem uma música para Gal Costa defender no IV Festival da Música Popular Brasileira, da TV Record, ocorrido entre os meses de novembro e dezembro de 1968. A letra revela também o clima de tensão entre os jovens e a ditadura militar. Esta que, poucos dias depois, decretaria o golpe dentro do golpe, através do AI-5.
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