terça-feira, 23 de agosto de 2022

Baile da Saudade...

 Giuseppe Martinelli

“Senhorita, permita-me esta dança?”.

Era assim que antigamente se usava,

O “cavalheiro” convidando a dama;

Oferecia a mão e a levava ao centro do salão.

Ao som da orquestra, se preparavam

A dançar aquele lindo samba-canção.

Delicadamente, puxava-a contra o peito,

E balançavam os corpos de rostos colados. 

Esfregando as coxas, disfarçadamente,

No balanço da dança... o calor subia;

A emoção despejava adrenalina...

E o corpo dela todo... estremecia... 

Naquele vai-e-vem do samba-canção,

Os corações ficavam batendo a mil.

Ainda mais forte tornava-se o abraço,

E ele, ao ouvido, a falar-lhe de amor... 

Terminada a dança e ele acompanhava

A moça de volta lá no seu lugar;

Ela pegava sua bolsa e corria para toalete,

E ele voltava ao bar a tomar sua cuba-libre... 

Hoje em dia, os bailes são diferentes...

Mudou bastante desde minha juventude.

Respeito e não critico “os novos tempos”,

Mas eu ainda prefiro o “Baile da Saudade”... 

Guarapuava, janeiro de 2006.

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