Comprou no Dinosul?

 O 1º hipermercado de Porto Alegre 

Leandro Staudt

O Dinosul não é esquecido pelos consumidores de Porto Alegre, principalmente moradores da Zona Sul. Em 7 de junho de 1973, o primeiro hipermercado da cidade foi inaugurado na Avenida Wenceslau Escobar, no bairro Tristeza. A grande loja fez parte da mesma rede de Dosul, Poko Preço e Centroútil. 

(Ela oferecia mais produtos do que os tradicionais supermercados, além de outros serviços. O Dinosul fez parte de uma das principais redes de varejo do Brasil, a Companhia Dosul de Abastecimento.) 

A empresa foi fundada por Giacomo Zaffari, que começou com um armazém em Benjamin Constant, interior de Erechim, atualmente município de Benjamin Constant do Sul. Em 1962, sem perspectivas de expansão do comércio na região, decidiu se mudar para Porto Alegre. Até 1970, manteve sociedade com o irmão Francisco José Zaffari, que seguiu na expansão do Grupo Zaffari. Giacomo e os filhos fundaram a Zaffari S.A. Comércio de Alimentos, depois renomeada Companhia Dosul de Abastecimento. 

O símbolo do hipermercado era um dinossauro laranja, escolhido pelo tamanho, que representava o padrão da nova loja. Pela apresentação em reportagem de Zero Hora, o empreendimento vendia “desde alfinete até equipamento fotográfico”. O hipermercado tinha lancheria, florista, agência dos Correios, telefones públicos, lojas de revistas, lavanderias e espaço de informações turísticas. 

Na ação de marketing com boneco de dinossauro circulou pelas ruas da cidade. Os atores Paulo José e Flávio Miggliaccio, que interpretavam os personagens Shazam e Xerife em série da TV Globo, foram contratados para a festa. 

A rede de lojas da empresa cresceu muito em duas décadas. Em 1989, estava com oito lojas do Centroútil, 21 do Dosul, 106 do Poko Preço e o Dinosul, somando 8 mil funcionários. 

A Companhia Dosul de Abastecimento não resistiu ao período de crise econômica e hiperinflação. As últimas 14 lojas da rede foram compradas pelo Nacional, em 1995, incluindo o Dinosul. Giacomo morreu em 1997, um ano depois do pedido de falência a empresa que fundou. 

O dinossauro laranja não saiu da memória.

(Do jornal Zero Hora, junho de 2023)