quinta-feira, 24 de abril de 2014

Histórias equivocadas da Vida Real – 7


Þ Cary Grant se queixava a Alfred Hitchcock que não estava entendendo mais nada, àquela, do filme Intriga Internacional.
Hitchcock:
- Ótimo. É assim que eu quero. Agora você está perfeitamente integrado no seu personagem.

Þ O próprio Arnold Schwarzenegger concordava:
- Diziam que os cavalos que apareciam no filme Conan, o bárbaro tinham uma cara mais expressiva que a minha. Era verdade.

Þ Pedro Bial, na TV, para João Cabral de Melo Neto:
- Poeta, o Brasil dói?
Cabral:
- Sei não, meu filho. Não entendi a pergunta.

Þ Em Paris, em fevereiro de 1982. o ministro Antônio Delfim Netto respondeu aos jornalistas estrangeiros que o interrogavam sobre a dívida externa brasileira:
- Pode até ser a maior, mas é a mais bem administrada.

Þ O jornalista Franklin de Oliveira implicou com o economista Celso Furtado que num livro se referia a Francisco Bacon, e não a Francis:
- Por que não o chamou logo de Chico?

Þ Os desentendimentos entre os editores foram alguns dos motivos que levaram ao fechamento do jornal gay Lampião em 1981. Certa vez, Agnaldo Silva vetou uma matéria enorme sobre comida natural.
- Essa não dá – disse a seu autor, João Silvério Trevisan. – Bicha gosta é de muita carne.

Þ Um colunista social escreveu que Proust, antes de se consagrar como escritor, havia sido colunista social. Para o humorista Sérgio Porto, isso não significava nada:
- Lincoln também foi lenhador e, depois dele, nenhum outro lenhador conseguiu se eleger presidente da República.

Þ Dalton Trevisan não tem dúvida: Capitu traiu o marido Bentinho, no Dom Casmurro de Machado de Assis. “Para o bom escritor um personagem não espirra em vão; na seguinte página tosse com pneumonia. Se pendura na parede uma espingarda, por força há que disparar. Nosso Machadinho ocuparia mais da metade do livro com as manhas e artes de dois sublimes fingidores sem que haja traição?” Danton conclui: “Morreu Escobar não das ondas do Flamengo e sim dos olhos de cigana oblíquos e dissimulados. Por que os olhos de ressaca, me diga, senão para você neles se afogar?”

Þ No programa Esta Noite se Improvisa, pedia-se uma canção com a palavra “garota”. Parecia mais do que óbvio para Vinicius de Moraes, que apertou rápido o botão e começou a cantar: Garota de Ipanema:
Olha que coisa mais linda mais cheia de graça.
É ela menina que vem e que passa...
Não tem a palavra “garota”.

Þ Tim Maia: “Este país não pode dar certo. Aqui prostituta se apaixona, cafetão tem ciúme e traficante se vicia.”

(Do “O Livro dos Erros – Histórias Equivocadas da Vida Real”, 
de Mário Goulart)


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