O Cilindro e o Cone
Protesta
o cilindro
Todo
aborrecido
Talvez
cilindrado
De
alta indignação:
“Senhor
cone, então
porque
é tenda de índio
já
pensa que pode
olhar-me
de lado?
Quem
julga que eu sou?
Bidon
de gasóleo?
Cilindro
de estrada
Que
a estrada pisou?
Tronco
derrubado
De
altíssima árvore
E
por sobre as águas
De
um rio, levado?
Senhor
cone, então
Lá
por sobre as águas
De
um rio, levado?
Senhor
cone, então
Lá
por ir à frente
De
algum foguetão,
Já
não fala à gente?”
Responde-lhe
o cone:
“Meu
amigo, oh não,
Perdoa
este jeito
Que
eu trago comigo!
É
que isto de estar
De
nariz no ar
Não
é por vaidade,
É
habituação...”
Maria Alberta Menéres
Bissetriz
Foi
por um triz
Que
a bissetores
Corda
esticada
Do
canto do ângulo
Ao
infinito
Se
equilibrou
No
seu lugar
Sem
dar um grito
E
fez de um quarto
(ângulo
enorme)
sim,
de um salão
para
alugar
a
quem der mais,
dois
belos quartos
tal
qual iguais
para
habitar...
Maria Alberta Menéres
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