Colbert, ministro de Luiz XIV, era um homem muito modesto. Andava sempre a pé e carregava ele mesmo a sua pasta, dispensando o auxílio de empregados ou secretários. Certo dia, vendo-o chegar a pé, o rei não se conteve e disse:
- O senhor ministro de Luiz XIV,
confundindo-se com a multidão e
andando a pé?...
- Majestade – respondeu-lhe
Colbert – a valor de um magistrado não está nos pés, mas sim na cabeça...
* * *
Perguntaram um dia a Chamfort – gênio misantrópico – qual
seria a sua definição de uma mulher bonita.
- Uma mulher bonita – respondeu
ele, depois de um momento de hesitação – é um paraíso para os olhos, um inferno
para a alma e um verdadeiro purgatório para o bolso...
* * *
Diz-nos a história que Tamandaré, o grande filho do Rio
Grande, almirante, Marquês e Conselheiro da Coroa e Grande do Império, pois que
tudo isso ele o foi, gostava de andar pela casa descalço e em roupas de
riscado.
Outro grande ilustre marinheiro
brasileiro, um filho de Desterro, Santa Catarina, Francisco Cordeiro Torres e
Alvim, também titular do Império, pois que era Barão do Iguatemi, gostava de
deitar-se numa rede no fundo do quintal e em mangas de camisa.
* * *
O célebre escritor francês, Rodin, recebeu um dia o escritor Paul
Gsell em sua residência. Caminhando no jardim, chegaram a um lago, onde uns
brancos cisnes moviam-se lentamente. Uma das aves esticou o pescoço, abrindo o
bico, em ameaça para o lado do visitante, quando este aproximou-se do lago.
Ante o acolhimento hostil da ave que emitia um chiado em cólera, o forasteiro
comentou que os cisnes eram animais desprovidos de inteligência.
- Mas -
respondeu o escultor – eles têm a inteligência das linhas, e isso me basta.
E sorriu para o visitante, como que a
pedir desculpas da agressividade de seus alvos palmípedes.
* * *
Alguém perguntou ao estadista inglês Gladstone quantos discursos um político
podia preparar numa semana.
- Depende – respondeu Gladstone –
se trata de um homem sensato, poderá preparar um; já um indivíduo medíocre
preparará dois ou três; mas um imbecil preparará até dez.
* * *
O humorista norte-americano Mark Twain viajava de pé no interior de
um bonde cheio de passageiros. Numa curva, perdeu o equilíbrio e foi cair no
colo de uma senhora formosa e elegante.
- Senhora (disse Mark Twain), esta
é a primeira vez que a empresa dos bondes me fez um favor!
* * *
Mark
Twain, nos seus dias de repórter de jornal em que trabalhava no sentido de
jamais afirmar um fato sem que o tivesse comprovado pessoalmente.
Enviado pouco depois, para cobrir
importante acontecimento social, redigiu a seguinte nota:
“Consta que uma mulher, que afirma
chamar-se Sra. Jones e parece ser uma das figuras mais importantes da sociedade
local, ofereceu ontem, ao que tudo leva a crer, uma recepção a um grupo de
damas que se dizem da alta sociedade. A anfitriã declara ser esposa de conceituado
advogado desta cidade”.
* * *
Swift
era contra casamentos precoces e como o aconselhassem a esperar que seu filho
tivesse mais juízo, antes de casá-lo, respondeu:
- Se meu filho tomar juízo, não se
casará.
* * *
O Marquês de Lavradio, que tanto fez, como vice-rei, pelo asseio da
cidade, era, como se sabe, indiscretamente dado às aventuras amorosas. Por esse
tempo havia no Rio de Janeiro um doido, tipo popular, de nome Romualdo, famosos
pelo modo desabusado porque tratava toda a gente.
Encontrando-se uma vez, o vice-rei
perguntou-lhe de bom humor:
- Então, Romualdo, que dizem por
aí de mim?
- Dizem que Vossa Excelência limpa
as ruas, mas suja as casas! – respondeu-lhe o aluado.
E foi saindo.
* * *
“Hoje, nada de novo” – escreveu Luís XVI, no seu “Diário” particular,
no dia 14 de julho de 1789, dia da Revolução Francesa.
* * *
A magreza de Katherine Hepburn foi motivo de muitas piadas em Hollywood. Bop Hope ,
por exemplo, contava sempre esta:
- Uma vez, eu estava parado na
porta do estúdio. Chegou um carro vazio e desceu dele a nossa querida
Katherine...
* * *
A respeito de sua altura (era muito
baixo) disse Rui Barbosa: “O valor
de um homem mede-se das sobrancelhas para cima”.
“Sou pequeno, mas fito os Andes”. –
disse Rui Barbosa a um político que o chamou de “homem pequeno”.
* * *
O médico inglês Hill apresentou-se à Sociedade Real de Medicina de Londres e não foi
eleito. Algum tempo depois do fracasso, mandou àquela Sociedade o relatório de
uma cura maravilhosa que acabara de obter com um dos seus doentes.
“Um marinheiro quebrara a perna; eu
juntei as duas partes da perna quebrada e, depois de tê-las amarrado fortemente
com um barbante, cobri tudo com alcatrão. Dentro de muito pouco tempo o
marinheiro sentia a eficácia do remédio, e não tardou a servir-se da perna como
dantes”.
Discutiu-se muito a eficiência do
tratamento; iam-se publicar os resultados, quando chegou carta do doutor Hill:
“Na minha última carta”, escreveu
ele, “esqueci-me de dizer que a perna quebrada do marinheiro era uma perna de
pau”.
* * *
Um homem perguntou certa vez a Aristides quanto lhe cobrava para lhe
educar um filho.
- Mil dracmas – respondeu
Aristides.
- Quê?! Isso é um dinheirão para
ensinar uma criança! – replicou o homem – Por mil dracmas compro um escravo!
- Pois bem – tornou Aristides –
ficarás então com dois escravos: teu filho e o que comprares!...
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