À liberdade, rabanetes e batatas!
Na Semana de Arte Moderna, público e artistas tinham comportamentos variados.
A ideia foi de Marinette, mulher francesa do escritor Paulo Prado: “Por que não se faz uma Semana, como em Deauville?”
Era o empurrão necessário, para que o grupo de artistas se reunisse em três dias de celebração das novas tendências. Nos dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo, acontece a Semana de Arte Moderna, trazendo desconhecidos, como Oswald e Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Di Cavalcanti.
Quadros de Anita Malfatti causam estranhamento. Villa-Lobos apresenta-se de casaca e chinelo (por conta de um calo dolorido): vaiado.
O comportamento do público varia: gritos, uivos, latidos, miados; rabanetes e batatas atirados ao palco. A Pauliceia escandaliza-se.
E os jovens talentos, que revolucionariam o panorama cultural dos anos seguintes, deleitam-se. Com poesia, música e pintura, zombam da arte conservadora, buscando linguagem brasileira, com liberdade total de expressão. Foi Mário de Andrade, irônico, quem antecipou os frutos do acontecimento:
“Estamos célebres! Enfim! Nossos livros serão comprados... Teremos nossos nomes eternizados nos jornais...”
Você sabia...
... que a Semana deu prejuízo? Foram 7 contos e 400 mil-réis. Nem a lotação do Municipal salvou os organizadores, pois muita gente entrou sem pagar. Para quitar a dívida, cada organizador desembolsou 600 mil-réis.
Do Brasil Almanaque de Cultura Popular
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