quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Outra tragédia no Maracanã...



Maracanã 2014


Num Domingo, dia 10 de fevereiro de 2008, fui, com minha mulher, ao Maraca assistir a um Flamengo e Fluminense, o clássico Fla-Flu. Paguei uma nota preta, pois no pacote que comprei na portaria no hotel, onde estava hospedado, incluía ingressos em cadeiras numeradas, transporte ida e volta com guia e motorista à disposição. No ônibus refrigerado, havia canadenses, franceses, americanos, equatorianos, russos e brasileiros. A guia resolveu fazer um bolão entre os passageiros (uns 30) com o palpite do jogo a dez reais por cabeça. Quem acertasse o resultado exato levava tudo (uns 300 pilas, em moeda gaúcha). Fui o primeiro a dar um palpite. Falei para minha mulher que um dia o Joel Santana, técnico do Flamengo, disse que o Renato Gaúcho, técnico do Fluminense, não servia nem para engraxar a sua prancheta. O Renato devia estar puto da cara com essa declaração e faria tudo para ganhar o jogo. Mandei-a cravar 2 X 1 para o Fluminense. Não, apaga tudo, põe 3 X 1 para o Fluminense!

Já acomodados no belo e agora bem conservado Estádio Mário Filho (irmão do Nélson Rodrigues), mas todos o conhecem como Maracanã. Com banheiros modernos e limpos, um belo gramado, dois telões, cadeiras coloridas por setor com as cores da bandeira do Brasil. Verde, amarelo, azul e branco. Boa iluminação e drenagem.

Estou num setor onde há turistas do mundo inteiro. Parece que estou na Torre Eiffel, em Paris, tal o número de turistas com suas máquinas fotográficas e câmeras. Sinto que todos estão embasbacados com o tamanho e a beleza do Estádio. Todos compraram camisas dos dois times, e ficam encantados com a coreografia das torcidas, que é um espetáculo à parte.

Começa o jogo, gritos, foguetes e canções dos dois lados. Primeiro tempo zero a zero. Há nuvens negras no céu. No intervalo do jogo desanda um forte temporal, raios cruzam os céus, um deles cai perto do Estádio fazendo num barulhão infernal, o que anima mais a galera. Falta luz por um breve momento. Terminada chuva, voltando a luz, recomeça o jogo. 

Logo a seguir o Mengo faz um gol, para o meu palpite dar certo, o Flu terá que marcar três. Falta a favor do Fluminense, longe, fora da área. Chute forte, um a um. Passam alguns minutos, falta do mesmo lugar, vai chutar o mesmo batedor, dois a um. Logo a seguir mais um gol do Fluminense: três a um

Começo a sair do Estádio, estou agora junto com a torcida do Fluminense, próximo ao meu portão de saída. Falta um minuto para terminar a partida. Comento com a minha esposa “Vamos comer uma bacalhoada e tomar um bom vinho gaúcho da melhor qualidade!”

Último escanteio para o Nense, como a torcida grita, penso comigo mesmo “Só falta a gora um filha da puta desses marcar um gol...” Não dá outra, gol do Fluminense, quatro a um! A torcida delira ao meu lado, todos se abraçam, só eu fico sentado, cabisbaixo. Puta que pariu! Adeus bacalhoada, adeus vinho gaúcho... Ganhou o bolão uma canadense que nunca tinha entrado num estádio e não entendia porra de nenhuma de futebol, Ah! Vão se ferrar!

(NSM)

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