domingo, 17 de abril de 2022

O diamante e o vaga-lume

 Fábula britânica 

(Robert Dodsley, 1703-1764) 

Uma jovem andava pelo jardim quando o diamante caiu de seu anel e aterrissou numa fenda entre duas pedras.

– Boa noite! Quem é você? – perguntou um vaga-lume* ao se aproximar para olhar de perto o recém-chegado. 

– Sou um diamante brilhante – respondeu o outro. 

– Bem-vindo ao lado escuro da vida – disse o vaga-lume. – Você não vai brilhar muito aqui embaixo. 

O vaga-lume fez sua lanterna brilhar o mais que pôde e acrescentou: 

– Ah, diamante, o que aconteceu com seu brilho agora? Nesta hora de má sorte você ficou à mercê do meu esplendor. 

– Talvez por enquanto – respondeu o diamante. – Contudo, você é apenas um vaga-lume convencido, que deve sua luzinha à escuridão ao seu redor. Eu continuo sendo um diamante, que passa na prova do dia. 

Na manhã seguinte, quando o Sol se elevou fulgurante no céu, o vaga-lume desapareceu. Mas o diamante cintilou, pois ele refletia os raios solares. 

(Do livro “Fábulas do mundo todo”) 

P.S. Há pessoas que possuem um brilho natural pela sua forma gentil e amorosa de viver, e há aquelas que imaginam que possuem esse brilho... 

*Antes da Reforma Ortográfica, a forma vagalume, sem hífen, era considerada correta. Contudo, com a entrada em vigência do Novo Acordo Ortográfico, a grafia certa passou a ser a com hífen: 

vaga-lume.


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