Eu
não tinha este rosto pálido,
Nem
estes meus olhos sem vida.
Meu
pensamento era mais válido
E a minha voz sempre era ouvida.
Não tinha estas mãos tão frágeis,
Nem
minhas pernas tão pesadas.
Meus
braços eram fortes e ágeis
E a minha lucidez, minha aliada.
Não
tinha estes ouvidos mortos,
Nem
minha memória atribulada.
Embarquei
em vários portos,
Desbravei
caminhos tortos,
Mas nunca desisti de nada.
Enfrentei
sem medo meus trilhos,
Desejo
agora que a vida corra,
Não
deixei morrer meus filhos,
Por que quereis que agora eu morra?
Eu
por vós sempre fui amada,
Agora,
sou olhada de esguelha:
Mãe!
Era assim que era chamada,
Hoje sou chamada de velha.
Eu
não dei por esta mudança,
Não
desejei ser este empecilho.
Olhei
por ti enquanto criança,
Olha agora por mim, meu filho.
Porque
eu continuo a ser tua mãe,
Porque
eu amar-te-ei para lá do fim.
Se
tu quiseres culpar alguém,
Culpa o tempo e não a mim!
José Carlos SC
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