sábado, 9 de agosto de 2014

O Pai



Nossa mão pequena
em sua mão,
semente no fruto
ou fruta em seu cacho.

Nossos brinquedos
cabiam em seus sapatos.

O pai tem gestos brandos
e olhar incisivo.

Quando o pai sorri,
o sol se impõe
sobre a neblina.

O pai não teme a treva
nem os barulhos do pátio.

Na ausência do pai,
as portas
têm tramelas.

O pai é o pai.
Pão e o vinho
na cabeceira da mesa.

Com a camisa suada
regressa o pai
com seus humildes presentes.

Um dia nossas mãos
sustentam o corpo do pai
que não viaja sem malas
ou regresso.

Só nos resta
tomar a mão de nossos filhos
e seguir
A trilha curva do tempo.


Luiz Coronel





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