segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Textos de almanaques antigos

O galo incongruente


Um ovo foi enviado em junho de 1933 de Natal, RN, para Altensen na Alemanha. Do ovo nasceu um galo, alemão pelo jus solis e brasileiro pelo jus sanguinis. durante os cinco ou seis anos de sua existência, esse galo cantou pelo horário do Brasil. Não houve meio de o galo potiguar assimilar o ritmo pregoeiro dos colegas renanos. Manteve a diferença das quatro horas distantes para as doze locais. Levara ab ovo não apenas o canto, mas também a regra imutável dos momentos em que devia cantar.

Fonte: Luis da Câmara Cascudo. Civilização e cultura.
Belo Horizonte: Editora Itatiaia, 1083.

As diferenças

Durante almoço em uma embaixada sueca, conversa superficial rolando, a anfitriã pergunta a um adido militar se ele sabe a diferença entre a dama, o diplomata e o militar. Diante de uma resposta negativa, ela explicou:

- A dama se diz não, significa talvez; se diz talvez, significa sim; e se diz Sim, então não é uma dama. O diplomata se diz sim, quer dizer talvez; se diz talvez, significa não; se diz não, não é diplomata. O militar se diz sim, significa sim; se diz não, significa não; se diz talvez... então não é militar.

A escolha

Um dia, Deus perguntou ao primeiro casal humano, que nessa ocasião vivia no paraíso, qual o tipo de morte que desejava, o da Lua ou o da banana. O casal ficou aturdido, sem saber qual era a diferença. Por isso, Deus explicou: a banana tem rebentos que tomam seu lugar, enquanto a Lua renasce.

O casal pensou por muito tempo, antes de tomar uma decisão. Se ambos escolhessem não ter filhos, evitariam a morte para si mesmo, mas também se sentiriam extremamente solitários e seriam obrigados a fazer todo o trabalho por si próprios, não teriam ninguém por quem trabalhar e lutar.

Assim, pediram a Deus que lhes desse filhos, conscientes das consequências de tal opção. O pedido foi atendido.

Desde então todo homem tem passado apenas uma curta estada nesta terra.

(Uma lenda de Madagascar)

Árabes X Judeus

O árabe vai à loja do judeu comprar sutiãs pretos. O judeu, pressentindo bons negócios, diz que são raros e poucos e vende por 40 euros cada um. O árabe compra 6, e volta alguns dias depois querendo mais duas dúzias. O judeu diz que as peças vão ficando cada vez mais raras e vende por 50 euros a unidade.

Um mês mais tarde, o árabe compra o que resta por 75 euros cada. O judeu, encucado, pergunta-lhe o que faz com tantos sutiãs pretos. Diz o árabe:

− Corto o sutiã em dois, faço dois chapeuzinhos e vendo para os judeus por 100 euros cada.

Dizem que foi aí que a guerra começou...


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