A aliteração é um recurso literário que consiste em repetir ou repetir palavras, sílabas, letras ou sons, que na poesia são usados como uma figura retórica para embelezar poemas.
Aliteração na poesia
Você já sabe que a aliteração é um recurso estilístico bastante comum nos gêneros literários, o que inclui a poesia. Veja, a seguir, a aliteração empregada (em relação à letra v) em um poema escrito pelo poeta mineiro Wagner Martins:
Vovó
viu a uva
mas não viu o vovô
que viveu a vida
voando
e velejando
em busca de vivas.
Vovó
viveu a vida,
vigiando vovô,
que não via a uva
pelo lado vívido
da vivência
voraz.
Vovó
viu o vovô
vigiando a vida,
para viver a uva
que viu a vela
pela vivência
voraz da vida.
Vovó
era voraz
de vivência vívida
e vigiava a uva
pra viver a vida
velejando em vivas
mas não viu vovô.
Vovó
viveu a vela
se viu em vivas
na voragem da uva
de vovô que vivia
pela vida em vivas
pra viver davi.
A seguir, veja a presença da aliteração nos versos do poema “Violões que choram”, de Cruz e Souza:Vozes veladas, veludosas vozes,
Volúpias dos violões, vozes veladas
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas
Aliteração no trava-língua
É muito comum encontrarmos aliterações em travas-língua, que são os ditados populares feitos para testar nossas habilidades de fala e, claro, promover diversão. Os trava-línguas são aliterações justamente porque são criados a partir de construções sintéticas que visam dificultar a pronúncia das palavras através da repetição de fonemas que são iguais ou muito semelhantes. Confira alguns exemplos:
● Quem com ferro fere com ferro será ferido.
● O sabiá não sabia que o sábio sabia que o sabiá não sabia assobiar.
● A pia pinga, o pinto pia. Quanto mais a pia pinga, mais o pinto pia.
● A arara de Araraquara é uma arara rara.
● Sábia sabida sabe assobiar.
Mais exemplos de aliteração
Selecionamos mais alguns exemplos de aliteração para facilitar a sua compreensão sobre o tema. Confira:
“A brisa do Brasil beija a balança” (de Castro Alves, em Navio Negreiro)
“Pedro pedreiro penseiro esperando o trem que já vem, que já vem, que já vem” (de Chico Buarque, em Pedro Penseiro)
“Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio – maior maldade mundial. Ela ocorre logo após a abertura: Mundo moderno,marco malévolo,mesclando mentiras […]. E tem esta conclusão: Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho.” (de Chico Anysio, em Mundo Moderno)
“Leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita” (de Luís de Camões)
(Do Blog Concursos no Brasil)
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