sábado, 23 de julho de 2022

Aliteração

 A aliteração é um recurso literário que consiste em repetir ou repetir palavras, sílabas, letras ou sons, que na poesia são usados ​​como uma figura retórica para embelezar poemas. 

Aliteração na poesia 

Você já sabe que a aliteração é um recurso estilístico bastante comum nos gêneros literários, o que inclui a poesia. Veja, a seguir, a aliteração empregada (em relação à letra v) em um poema escrito pelo poeta mineiro Wagner Martins: 

Vovó viu a uva
mas não viu o vovô
que viveu a vida
voando
e velejando
em busca de vivas.
 

Vovó viveu a vida,
vigiando vovô,
que não via a uva
pelo lado vívido
da vivência
voraz.
 

Vovó viu o vovô
vigiando a vida,
para viver a uva
que viu a vela
pela vivência
voraz da vida.
 

Vovó era voraz
de vivência vívida
e vigiava a uva
pra viver a vida
velejando em vivas
mas não viu vovô.
 

Vovó viveu a vela
se viu em vivas
na voragem da uva
de vovô que vivia
pela vida em vivas
pra viver davi.
 

A seguir, veja a presença da aliteração nos versos do poema “Violões que choram”, de Cruz e Souza:Vozes veladas, veludosas vozes,

Volúpias dos violões, vozes veladas
Vagam nos velhos vórtices velozes
Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas
 

Aliteração no trava-língua 

É muito comum encontrarmos aliterações em travas-língua, que são os ditados populares feitos para testar nossas habilidades de fala e, claro, promover diversão. Os trava-línguas são aliterações justamente porque são criados a partir de construções sintéticas que visam dificultar a pronúncia das palavras através da repetição de fonemas que são iguais ou muito semelhantes. Confira alguns exemplos: 

● Quem com ferro fere com ferro será ferido. 

● O sabiá não sabia que o sábio sabia que o sabiá não sabia assobiar. 

● A pia pinga, o pinto pia. Quanto mais a pia pinga, mais o pinto pia. 

● A arara de Araraquara é uma arara rara. 

● Sábia sabida sabe assobiar.

 ● Dorme o gato, corre o rato e foge o pato. 

Mais exemplos de aliteração 

Selecionamos mais alguns exemplos de aliteração para facilitar a sua compreensão sobre o tema. Confira: 

“A brisa do Brasil beija a balança” (de Castro Alves, em Navio Negreiro) 

“Pedro pedreiro penseiro esperando o trem que já vem, que já vem, que já vem” (de Chico Buarque, em Pedro Penseiro) 

“Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio – maior maldade mundial. Ela ocorre logo após a abertura: Mundo moderno,marco malévolo,mesclando mentiras […]. E tem esta conclusão: Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho.” (de Chico Anysio, em Mundo Moderno) 

“Leva-lhe o vento a voz, que ao vento deita” (de Luís de Camões) 

(Do Blog Concursos no Brasil)

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