Moça que deu nome ao leite condensado
Por Leandro Staudt
O Leite Moça é daquelas marcas que já foram sinônimo do produto, presente na infância de várias gerações. Lembro de ficar esperando minha mãe entregar a colher usada para tirar o leite condensado da embalagem antes da preparação de alguma receita na cozinha. Uma briga certa para saber quem poderia lamber. As latinhas vazias iam para o lixo, mas os rótulos com receitas de sobremesas eram guardados. Uma pilha de papéis ficava na gaveta.
O leite condensado, consumido na Europa e nos Estados Unidos, já era anunciado em jornais do Rio de Janeiro na década de 1860. Apresentado como um produto resultante da retirada de água do leite de vaca e adição de açúcar refinado, chegava nas remessas das companhias de importação.
Na
década de
O produto era oferecido como substituto do leite fresco, que não
podia ser conservado como hoje. De acordo com as propagandas, uma lata de leite
condensado misturado com água renderia até quatro litros de leite. A marca
importada logo enfrentou a concorrência. Em
A primeira fábrica da Nestlé no Brasil foi inaugurada em 1921 em Araras, no interior de São Paulo. Além do novo leite condensado Ararense, produziu no país a famosa marca Moça. No ano seguinte, montou um pavilhão na Exposição Internacional do Centenário do Brasil, no Rio de Janeiro. O Chalet Moça foi uma atração e o leite condensado recebeu premiação, por muito tempo estampada nas embalagens.
Inicialmente,
o Leite Moça era apresentado como um alimento infantil, além dos outros usos
domésticos. Ele era divulgado junto com a farinha láctea, outro produto para
crianças. Em
Um rótulo de 1945 destacava que o Leite Moça poderia substituir o leite fresco em todos os seus usos, especialmente indicado para alimentação de crianças. Uma tabela mostrava as porções indicadas da mistura de leite condensado e água para mamadeiras dos bebês a partir de uma semana de vida.
(Do jornal Zero Hora, julho de 2022)
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