segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

Viaduto Otávio Rocha

 O viaduto que virou símbolo da Capital 

Leandro Staudt

Obra do viaduto em 1930 

O Viaduto Otávio Rocha é um cartão-postal de Porto Alegre, cenário de gravações para propagandas e fotos de turistas. O arquiteto Lucas Volpatto publicou livro sobre esta bela obra, pensada para ser símbolo da cidade. Em Viaduto Otávio Rocha: ícone da Porto Alegre moderna (Editora Concórdia), descreve desde os planos até a entrega da construção, com detalhes técnicos do projeto.

No plano, a Rua General Paranhos, que virou a Avenida Borges de Medeiros, precisava ser alargada, encurtando a ligação do Centro com o Sul. O problema era vencer a colina, rompendo o maciço granítico. 

A Intendência (Prefeitura) começou a escavação em 1926, mas faltou dinheiro. Em 1927, abriu concurso público de arquitetura. As soluções apresentadas em duas propostas não agradaram ao intendente Otávio Rocha, que escolheu o projeto de um terceiro engenheiro, que não participou da disputa. Manoel Itaqui fez o esboço com lápis em papel de embrulho durante conversa com o amigo intendente. 

Otávio Rocha morreu antes do início das obras, que ficaram sob responsabilidade do sucessor, Alberto Bins. A construtora alemã Dyckerhoff & Widmann venceu a concorrência para a execução. 

Centenas de quilos de dinamite destruíram a rocha. Em 22 de janeiro de 1930, uma falha causou detonação descontrolada. Uma grande pedra matou um homem que caminhava no local. Por causa da tragédia, a empresa trouxe o engenheiro alemão Willhelm Stein, especialista em explosivos na Primeira Guerra. 

Devido ao atraso nas desapropriações, o prazo de um ano para a construção não foi cumprido. Em 1931, o viaduto estava liberado para a passagem dos bondes na ponte. Sem qualquer cerimônia de inauguração, a obra foi dada por concluída em 1933, quando entregaram a última rampa. O viaduto estava sem iluminação, o que gerou problemas de segurança. 

A intendência ainda precisaria concluir a Avenida Borges de Medeiros, da Rua Andrade Neves até o Mercado Público, o que ocorreu apenas em 1935. 

O viaduto só recebeu o nome de Otávio Rocha em 1954. 

(Do jornal Zero Hora, dezembro de 2022)

Viaduto nos anos 1940

Viaduto anos 1960

Viaduto dias atuais

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