segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Cachaça mecânica

 Erasmo Carlos

Vendeu seu terno,
Seu relógio, sua alma,
E até o santo
Ele vendeu com muita fé.
Comprou fiado
Pra fazer sua mortalha,
Tomou um gole de cachaça
E deu no pé.
 

Mariazinha ainda viu João no mato,
Matando um gato
Pra vestir seu tamborim,
E aquela tarde,
Já bem tarde, comentava,
Lá vai um homem
Se acabar até o fim.
 

João bebeu
Toda cachaça da cidade,
Bateu com força
Em todo bumbo que ele via.
Gastou seu bolso,
Mas sambou desesperado.
Comeu confete,
Serpentina,
E a fantasia.
 

Levou um tombo
Bem no meio da avenida,
Desconfiado,
Que outro gole não bebia,
Dormiu no tombo
E foi pisado pela escola,
Morreu de samba,
De cachaça e de folia.
 

Tanto ele investiu
Na brincadeira
Pra tudo, tudo,
Se acabar na terça-feira.
 

Vendeu seu terno
E até o santo.
Comprou fiado,
Tomou um gole.
João no mato
Matando um gato,
Naquela tarde,
Lá vai o homem.
 

João bebeu
Toda cachaça da cidade,
Bateu com força
Em todo bumbo que ele via.
Gastou seu bolso,

Mas sambou desesperado.
Comeu confete,
Serpentina,
E a fantasia.
 

Levou um tombo
Bem no meio da avenida.
Desconfiado,
Que outro gole não bebia.
Dormiu no tombo
E foi pisado pela escola.
Morreu de samba,
De cachaça e de folia.
 

Tanto ele investiu
Na brincadeira,
Pra tudo, tudo
Se acabar na terça-feira.
 

Pra tudo, tudo
Se acabar na terça-feira.
Pra tudo, tudo,
Se acabar na terça-feira.
Pra tudo, tudo.
Se acabar na terça-feira.

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