quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Frases poéticas e filosóficas

 

Como posso perder minha fé na justiça da vida, quando os sonhos dos que dormem num colchão de penas não são mais belos do que os sonhos dos que dormem no chão? 

Sete vezes desprezei minha alma:

Quando a vi disfarçar-se com a humildade para alcançar a grandeza;

Quando a vi coxear na presença dos coxos;

Quando lhe deram a escolher entro o fácil e o difícil, e escolheu o fácil;

Quando cometeu um mal e consolou-se com a ideia de que outros cometem o mal também;

Quando aceitou a humilhação por covardia e atribuiu sua paciência à fortaleza;

Quando desprezou a fealdade de uma face que não era na realidade, senão uma de suas próprias máscaras;

Quando considerou uma virtude elogiar e glorificar. 

Sou ignorante ante a verdade absoluta. Mas sou humilde ante a minha ignorância, e nisto consistem minha honra e minha recompensa. 

A medida do homem não está naquilo que ele alcança, mas naquilo que almeja alcançar. 

Somente o mudo inveja o falador. 

As árvores são poema que a terra escreve sobre o firmamento. Derrubamo-las e transformamo-las em papel para registrar o nosso vazio. 

Frequentemente cantamos acalantos para nossos filhos a fim de que nós próprios possamos dormir. 

Como podes cantar se tua boca está cheia de alimento? Como tua mão se erguerá numa bênção se está cheia de ouro? 

Muitas mulheres ocupam o coração de um homem; poucas chegam a apropriar-se dele. 

Os homens que não perdoam às mulheres suas pequenas falhas jamais desfrutarão suas grandes virtudes. 

Tua veste mais radiosa é tecida pela outra pessoa;

Tua comida mais saborosa é a que comes à mesa da outra pessoa;

Teu leito mais confortável está na casa da outra pessoa.

Agora, dize-me, como podes separar-te da outra pessoa? 

Como poderão abrir meu coração a não ser quebrando-o? 

És livre ante o sol do dia e os astros da noite;

E és livre quando não há nem sol nem lua nem estrelas.

És livre até quando fechas os olhos a tudo quanto há.

Mas és um escravo daquele a quem amas, porque o amas.

E és um escravo daquele que te ama, porque ele te ama. 

Disse o lobo cortês a um carneiro ingênuo:

“Não quererás honrar a nossa casa com uma visita?”

E o carneiro respondeu:

“Sentir-nos-íamos muito honrado com essa visita, se tua casa não estivesse no teu estômago.” 

A generosidade não está em dar-me aquilo que preciso mais do que tu, mas em dar-me aquilo que precisas mais do que eu. 

A diferença entre o mais rico e o mais pobre é apenas um dia de fome e uma hora de sede. 

Se teu coração é um vulcão, como poderás esperar que se abram flores em tuas mãos? 

Aquele que limpa as mãos sujas em tua veste, deixa-o levar a veste. Talvez precise dela novamente; tu, com toda a certeza, não precisarás.   

Não tenho inimigos, ó Deus, mas se tiver de ter um inimigo, faze com que a sua força seja igual à minha, para que só a verdade seja a vencedora. 

Há muito tempo, viveu um Homem que foi crucificado por ter muito amado e ser muito digno de amor.

E é estranho relatar que o encontrei ontem três vezes.

Na primeira vez, estava pedindo a um policial que não levasse uma prostituta à prisão; na segunda vez, estava bebendo vinho com um fora-da-lei; e na terceira vez, estava lutando aos murros com um vendedor dentro de uma igreja. 

Muitas vezes odiei em defesa própria, mas se fosse mais forte, não teria usado tal arma. 

Como é estúpido aquele que procura emendar o ódio dos seus olhos com um sorriso nos lábios.  

Só os que estão abaixo de mim podem invejar-me ou odiar-me.

Nunca fui invejado ou odiado: não estou acima de ninguém.

Só os que estão acima de mim podem elogiar-me ou depreciar-me.

Nunca fui elogiado ou depreciado: não estou abaixo de ninguém. 

O óbvio é aquilo que ninguém enxerga, até que alguém o expresse com simplicidade. 

O verdadeiro grande homem é o que não domina ninguém e não é dominado por ninguém. 

Um desacordo talvez seja o atalho mais curto entre duas mentes. 

Um fanático é um orador completamente surdo. 

O silêncio do invejoso é ruidoso demais. 

Disse um filósofo a um varredor de ruas:

“Tenho pela de ti. Teu trabalho é duro e sujo.”

E o varredor de ruas disse:

“Obrigado, senhor. Mas, diga-me, qual é o seu trabalho?”

E o filósofo respondeu, dizendo:

“Estudo a mente do homem, seus feitos e seus desejos.”

Então, o varredor de ruas recomeço a varrer, dizendo com um sorriso:

“Tenho pena do senhor, também.” 

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(Do livro “Areia e Espuma”, de Gibran Khalil Gibran)

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