sábado, 27 de janeiro de 2024

Por que “cacetinho”?

 

1ͣ versão 

A origem é portuguesa, pois em Portugal “cacete” é um nome comum para este determinado formato de pão, comprido e alongado. Por ser menor que o habitual dos pães europeus, acabou sendo incorporado na linguagem popular como “cacetinho”, lembrando também que povos lusófonos possuem tendência a abusar do diminutivo. 

Indo mais a fundo na etimologia, ela tem este nome em referência a uma rua em Paris que se chamava “Rue Cassette”, famosa no século 19 por ser a rua das padarias; então, eles traziam esse pão e falavam que era o “pão da Rua Cassette”, até essa denominação virar o nome do alimento propriamente dito. 

2ͣ versão 

Quando trouxeram a baguete para cá, era muito comprido, o que dificultou a venda. Então se fez uma miniatura da baguete, que é o pão francês. O nome de 'cacetinho' faz alusão ao formato da baguete, que é tipo um bastão, um cacete. A versão menor virou o “cacetinho”. 

3ͣ versão 

O autor do Dicionário de Porto-Alegrês, Luís Augusto Fischer, explicou que o nome está ligado diretamente ao pão baguete, aquele francês famoso. Ou seja, o antigo pão ‘cacete’ diz respeito justamente a essa palavra: para quem não sabe, esse é o sinônimo de um porrete ou pedaço de pau. Algo parecido com um cassetete.

Pois essa versão diminuída do que seria um ‘cacete’, no sentido de um pedaço de pau, acabou virando então a origem do nome cacetinho para pão no Rio Grande do Sul. 

O chefe de cozinha e pesquisador, Fabrício Goulart, vai mais longe. Segundo ele, as famílias mais ricas do estado mandavam seus filhos para estudarem na França. Com isso, muitos voltavam de lá inspirados pela culinária local e acabaram trazendo o pão baguete. 

Contudo, por ser estranho aos locais do Sul do Brasil, esse tipo de pãozinho acabou ganhando uma versão diminuída, o famoso pão cacetinho.

Pão francês 

Sendo mais uma entre as muitas coisas que no Brasil têm nomes remetendo para outros países, mas que nem sequer existem nesses países, a história conta que os padeiros Portugueses contratados em massa pelo Brasil, no século 19, ali introduziram o hábito do “pão fresco’ ‒ pão de produção diária ‒ em unidade individual.

Aí, com o seu astuto o seu “olho” comercial ‒ conhecendo bem o tão brasileiro “tique” de sobrevalorizar o que tem nome estrangeiro ‒ chamaram-lhe “pão francês”. 

Se bem que exija uma enorme dose de boa vontade para chamar pão ao que os brasileiros transformaram o pão “francês” introduzido pelos portugueses!

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