Praia de Ipanema e o Vendedor Cachorro Quente
(Acervo Blog do
Prévidi)
Na foto acima vemos, de costas, talvez, o último
vendedor de cachorro-quente com esse equipamento em Porto Alegre. Veja
que ele é um vendedor clássico, pois carrega no braço esquerdo um balaio de
vime, revestido por tecido de algodão branco. Nele, ele guarda os pãezinhos. No
braço direito, um recipiente de bronze amarelado, onde aquece as salsichas para
colocar no meio dos pãezinhos.
Normalmente, os vendedores antigos
colocavam um casquete branco na cabeça e um guarda-pó também branco para se
fazer notar pela cidade.
O senhor acima, vendia o seu produto, na Avenida Guaíba, no calçadão da praia de Ipanema,* em Porto Alegre. Vi-o pela última vez nos anos 90; depois, ele
desapareceu, e nunca mais vi, na cidade, alguém vender cachorro-quente com o
equipamento que se vê na foto acima.
Saliento, ainda, que a força de
trabalho do referido vendedor era o seu próprio corpo. Ele não tinha carrinho,
nem ficava num ponto fixo. Andar, anunciar o seu produto, preparar o alimento,
cobrar, dar troco era o seu ofício diário. Cada vendedor tinha o seu próprio
bordão para anunciar o seu produto. Gritar, andar, preparar o alimento e
percorrer o maior número de ruas que fosse possível e o seu corpo aguentasse. O
senhor da foto ia de ponta a ponta, percorrendo o calçadão da praia de Ipanema.
Creio que o equipamento de trabalho ficou
obsoleto, seu corpo não suportou mais o peso dele, abandonou as vendas ou
morreu.
Ficará sua profissão e seu histórico meio
de trabalho na memória dos que um dia provaram o seu produto e apreciaram uma
profissão, dos que vendiam com cesto e latão, de uma forma que não existe mais
em nossa cidade.
Nilo da Silva Moraes
*Praia do rio Guaíba, muito frequentada por banhistas até os anos 80. Depois, devido a proliferação de coliformes fecais, foi gradativamente sendo abandonado pelos seus frequentadores.
Ipanema, anos 70
Ipanema atual
Este senhor durante muitos anos vendia na porta do colégio das dores uma pessoa simples bacana adorava a pincelada de mostarda caprichosa que colocava era bom demais custava 1 cruzeiro com duas salsichas cobrava 1.50 saudades
ResponderExcluirAmigo Beto Candal, foi foi mais feliz que eu, pois apesar de apreciar a labuta diária do vendedor, nunca tive o privilégio de comer um dos seus saborosos carrochos-quentes. Que pena!
ResponderExcluirTambém tenho saudades desse “legítimo” Cachorro Quente.
ResponderExcluirE também dos domingos na praia do Balneário de Ipanema.
E quem não foi feliz nos anos 50, 60, 70 na praia de Ipanema, com o bar Taba, as águas tranquilas e os namoros na calçada..
ExcluirEsse senhor da foto era meu avô, senhor João e sim, fazia o melhor cachorro quente do universo, cheio de cuidados e carinho. Impossível não deixar saudades!
ResponderExcluirAndreia Czupryniaki
Andreia, conheci bastante seu avô. Como morador da Z Sul fui freguês direto. Ainda tens o equipamento? Uma relíquia..Abr.
ExcluirBom dia, linda história, tenho uma peça igual a da foto, trabalho com cachorro quente aberto na zona sul de poa, e comprei esse item para decoração do nosso bar, me chamo cameron oliveira
ExcluirSe caso tiver alguma foto do seu avô ficaria muito feliz em ver, e imprimir para colocar junto ao item
ExcluirAproveite o espaço e diga-nos onde fica o local para saborearmos um bom cachorro-quente na Zona Sul...
ExcluirAmiga Andreia, ele, na época, merecia uma reportagem dos nossos jornais. Um homem simples e laborioso. Ele deixou muitas saudades entre os apreciadores do seu famoso cachorro-quente.
ResponderExcluirEu tive essa oportunidade de saborear o pãozinho no vapor
ResponderExcluirUm senhor muito educado e respeitador comia sempre era cachorro quente simples e delicioso... sempre com muito capricho. Seu apelido por nós era senhor lijeirinho andava bem lijeirinho. Saudade...
ResponderExcluirRealmente, ele andava muito depressa. Deixou saudades em todos nós que o conheceram andando pela avenida Guaíba, em Ipanema...
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