Alheia aos movimentos e vozes ao
redor, a menina se concentra em construir o seu castelo de areia. Forte como um
dia de sol.
Arquitetando com métrica da
descoberta, do entusiasmo. Cuidadosa, ela não esquece a porta da edificação,
parte essencial para entrar ali todos os personagens de um mundo feliz.
Diante da imensidão do mar, lugar
perfeito para o refúgio dos sonhos que chegam junto às ondas. Eles atravessam
oceanos em busca de alguém que saiba defendê-los, cativá-los.
A menina sabe que amanhã, quando
ela for à praia novamente, o castelo não estará mais naquele ponto. Não se
entristece com a já constatada realidade de outras vezes. Sabe que a maré virá
buscar a tão firme e mágica construção.
Os sonhos voltarão para o
infinito.
Mas ela não os perderá de vista. Não
desistirá. Mesmo com a distância, eles irão acenar. E a vida dali para a
frente, será a sina de mergulhar, vencer as reviravoltas: reencontrá-los.
(Alina Souza, Correio
do Povo, janeiro de 2020)
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