Gosto
muito de um vídeo do Mário Sérgio Cortella em que ele comenta a digna atitude
de um maratonista espanhol. Em 2012, na reta final de uma prova, Fernández
Anaya estava em segundo lugar quando reparou que o queniano à sua frente, que
liderava com folga, havia diminuído o ritmo das passadas por acreditar que já
tinha cruzado a reta de chegada. Em vez de aproveitar a bobeira do queniano e ultrapassá-lo,
o espanhol alertou-o sobre seu equívoco. O queniano retomou o ritmo e venceu.
Logo após, um jornalista
entrevistou o espanhol:
− Por que você deixou o
queniano ganhar?
− Ele iria ganhar, apenas se
distraiu uns metros antes da chegada.
− Mas você poderia ter tirado
proveito.
− Que mérito teria minha
vitória? Como iria explicar isso para a minha mãe?
Envergonhar a própria mãe
deveria ser o limite ético de todos nós.
Na
dúvida se está agindo certo ou errado, pergunte-se: o que minha mãe diria
disso? Mesmo quando a mãe não é o estandarte moral que se espera, ainda assim,
para todo filho, ela é suprema, e não há pior castigo do que desapontá-la.
Fico
tentada em falar da mãe de você-sabe-quem, uma senhora simpática que, anos
atrás, em entrevista, disse que criou o filho para “não ser estúpido, bruto,
nem dizer besteira”. Pobrezinha.
(Parte de uma crônica de Martha Medeiros, em Zero Hora )
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