Pesquisa: Gabriel Rodrigues da Silveira
A
foto acima foi postada por Panair do Brasil em 29/01/2008 − Lockheed
L.049-46-26 Constellation Panair do Brasil. Lockheed L.049-46-26 Constellation,
registro PP-PCG (cn 2062). Ex Pan Am, matrícula NC88862, destruído em Sapucaia
do Sul, Rio Grande do Sul − Brasil, em 28/07/1950.
O
maior acidente aeronáutico do Rio Grande do Sul, até hoje, aconteceu no dia 28
de junho de 1950, ás 19 horas e 49 minutos com um Constellation da Panair do
Brasil que chocou-se contra o Morro do Chapéu em Sapucaia do Sul, com 44
passageiros e sete tripulantes. Todos morreram...
O
voo Panair do Brasil 099 decolou da Base Aérea do Galeão, no Rio de janeiro, às
15h47min, com 6 horas de atraso em relação ao horário de embarque oficial. O
atraso ocorreu por conta de defeito em um de seus motores que necessitou ser
substituído e testado num voo de inspeção. Deveria pousar no Base Aérea de
Gravataí nos arredores de Porto Alegre às 18h40min.
O
Constellation prefixo PP-PCG transportava 44 passageiros (muitos dos quais em
férias no Rio de Janeiro por conta da Copa do Mundo de 1950) e 7 tripulantes,
sendo pilotado pelo comandante Eduardo Martins de Oliveira (que estava prestes
à completar 10 mil horas de voo em sua carreira), conhecido como Comandante
Edu, um dos fundadores e porta-estandarte do famoso Clube dos Cafajestes.
Segundo
os boletins meteorológicos, havia uma frente fria estacionária entre Porto
Alegre e Florianópolis, causando grandes turbulências e chuva leve na capital
gaúcha. Após algum atraso (causado pelas condições climáticas desfavoráveis) o
Constellation iniciou aos procedimentos de aproximação para pouso na Base Aérea
de Gravataí às 19h45min, porém abortou o pouso, arremetendo logo em seguida.
Durante
a segunda tentativa de aterrissagem, perdeu contato com a torre e arremeteu
novamente. Durante a terceira tentativa de aterrissagem, acabou chocando-se
contra a região dos Morros do Chapéu e das Cabras por volta das 19h25min,
explodindo logo em
seguida. Com a explosão, foi deflagrado um incêndio na área,
debelado apenas duas horas mais tarde.
Por
conta da área ser de difícil acesso, as equipes de resgate levaram 2 horas até
chegarem aos destroços onde foi constatada a morte de todos os tripulantes e
passageiros. Os trabalhos de remoção dos corpos e limpeza da área, comandados
pelo então Coronel Olímpio Mourão Filho levaram vários dias, por conta da área
dos destroços ser de aproximadamente 2 quilômetros .
Em
1937 foi iniciada a construção do Aeródromo de São João. Suas obras previam
pistas de até 3
quilômetros de extensão e uma estação de embarque. Por
conta da Segunda Guerra Mundial, suas obras seriam paralisadas e todos os
materiais desviados para obras de melhorias na Base Aérea de Gravataí.
Por
conta disso, o Aeródromo de São João possuía equipamentos para permitir pouso
por instrumentos, porém possuía 3 pistas de terra batida e não comportava
aeronaves de grande porte como os Constelation, obrigando muitos voos a
utilizarem as pistas maiores e pavimentadas da Base Aérea de Gravataí, que por
sua vez somente operava pousos e decolagens com condições visuais.
O
acidente causou grande comoção na sociedade gaúcha, sendo considerado à época o
pior acidente aéreo do Brasil.
A
comoção gerada foi tamanha que o Aeródromo de São João seria rebatizado
Aeroporto Salgado Filho e, foram reiniciadas as obras de melhorias paralisadas
na 2ª Guerra. Com isso o Aeroporto Salgado Filho foi dotado de um novo terminal
de passageiros e de pistas maiores, acabando com as dificuldades de operação de
grandes aeronaves.
Por
conta do acidente, os compositores Fernando Lobo e Paulo Soledade, escreveram a
canção “Zum-zum, ta faltando um” em homenagem ao Comandante Edu, interpretada
por Dalva de Oliveira no carnaval de 1951.
Fonte: Desastre aéreo
(Do blog Fotos antigas do Rio Grande do Sul)
Comandante Edu
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