O Nada e o Coisa Nenhuma
saíram a parte alguma.
Dentro de um embornal
o Nada pôs coisa nenhuma
e num embrulho de jornal
Coisa Nenhuma levou nada.
Quando chegaram à estrada
que levava a parte alguma
o Nada disse a Coisa Nenhuma:
− Este passeio vai dar em
nada!
E ao tomarem a trilha
encontraram com Ninguém
que vinha de mãos vazias
sem dívidas e sem vintém.
− Por favor, como é seu nome?
pergunta-lhe Coisa Nenhuma.
− Sou o de nome nenhum.
Ninguém ou qualquer um.
− Entendi nada, Ninguém,
Adeus e passar bem!
De volta a lugar nenhum
O Coisa Nenhuma e Nada
repartiram um menos um
e correram, às gargalhadas,
virando sombra de sombra,
virando poeira de estrada.
Sérgio Caparelli
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