quinta-feira, 11 de julho de 2019

Aulas do Barão de Itararé



A origem do nome Iracema − Iracema não é um nome indígena, como muita gente supõe. IRACEMA é um anagrama de AMERICA, composto por José de Alencar, que era perito na elaboração desses passatempos. José de Alencar, dando o nome de Iracema à heroína de seu romance, quis, assim, simbolizar a mulher americana.

A origem do símbolo “Cr$” − A instituição do cruzeiro como moeda nacional, em substituição ao mil réis, não é coisa velha. Verificou-se durante a Segunda Grande Guerra, quando governava o Brasil o senhor Getúlio Vargas. Tudo correu fácil. A reforma monetária já fora estudada no tempo do senhor Washington Luís e o decreto da mudança da moeda de há muito estava pronto para ser assinado. Só faltava um detalhe: − qual seria a abreviação do “cruzeiro” a ser usada na escrituração mercantil? Os técnicos das finanças reuniram-se com o ministro da Fazenda, o diretor do Tesouro, o presidente do Banco do Brasil e o chefe da Casa da Moeda. Depois de duas horas de extenuantes e exaltadas discussões, ficou decidido que, como estávamos empenhados numa guerra que passaria para a História, nada mais justo que escolhêssemos para a nossa nova moeda um símbolo que perpetuasse uma homenagem aos nossos aliados, Inglaterra, Estados Unidos e Rússia. E, assim, resolveu-se por unanimidade que a abreviação oficial do cruzeiro fosse integrada pelas iniciais dos três bigs do momento, que eram Churchill, Roosevelt e Stalin, isto é, CRS. A grande comissão de técnicos foi, então, incorporada, à presença do senhor Getúlio Vargas, para cientificá-lo do resultado a que tinham chegado. O presidente concordou com tudo, muito satisfeito, mas, no momento em que foi assinar o decreto da regulamentação da nova moeda, riscou, à última hora, a inicial de Stalin. Por isso, a abreviação do cruzeiro apareceu e continua a aparecer assim: CR$...

A origem da palavra Larápio − Na Roma dos Césares havia um cônsul da Cirenaica de nome Lucius Amarus Rufus Apius, que gozava de grande popularidade pelas suas preclaras virtudes cívicas e morais. Mas, como neste mundo não há nada perfeito, também Lucius Amarus Rufus Apius tinha um pequeno defeito, aliás, bastante comum nos homens públicos dos nossos dias atômicos e que consistia em confundir muito a miúdo o patrimônio alheio com o próprio. Por isso, quando alguém era apanhado em flagrante delito de apropriação indébita, o criminoso era comparado a Lucius Amarus Rufus Apius. Como, porém, esse nome era muito comprido, o povo o abreviava, dizendo simplesmente “L.A.R.APIUS”.

A origem da palavra Cadáver − Essa história de se chamar a Associação Brasileira de Imprensa de “ABI” e o Departamento do Serviço Público de “DASP” não é uma invenção dos homens modernos. Em todas as línguas, mesmo nas mais antigas, encontramos abreviações análogas, formando palavras que foram incorporadas mais tarde ao vocabulário comum. São palavras que valem por frases e que dificilmente poderão ser traduzidas para outras línguas.Isso tudo se explica facilmente, porque o povo procura sempre naturalmente a maneira mais cômoda de se expressar e, sem dúvida, é mais fácil pronunciar rapidamente uma palavra de uma sílaba, que dizer por extenso várias palavras cuja ordem e significado nem sempre podem ser retidos, compreendidos e articulados pelo homem da rua. Os romanos, por sua vez, não gostavam, por certo, de dizer as coisas íntimas ou afetivas com brutalidade e, por isso, principalmente as notícias tristes, eles procuravam disfarçá-las. Um homem ou um animal mortos era, em todo caso, "carne dada aos vermes". Essa coisa desagradável, entretanto, os romanos não a diziam com todas as letras. Assim, para transmitir à família, aos parentes e amigos que alguém havia morrido, eles não diziam que o morto era “carne dada aos vermes” (“Caro data vérmibus”). Eles faziam essa comunicação de uma forma sintética, dizendo simplesmente que o morto  era  “ca-da-ver”,  empregando apenas a primeira sílaba de cada palavra.

CA-ro
DA-ta
VER-mibus
Talvez venha daí também o provérbio: “Para bom entendedor, meia palavra basta”, mesmo porque, para quem sabe ler, um pingo é letra.

A origem da palavra Arara − Os nossos etimologistas acham que a palavra “arara” é uma onomatopeia, de origem indígena. Pretendem esses senhores que a linda ave dos trópicos, de repente, dá um grito, no qual parece que se lhe ouve dizer “a-raa-ra!”. Tudo isso é possível, porque o “bem-te-vi” também diz, no duro, “bem-te-vi!”. Mas, apesar de tudo isso ser muito provável, nós preferimos aceitar outra versão, que é a daqueles que afirmam que “arara” é realmente uma palavra indígena, formada pela repetição de “ara”, que significa periquito. “Ara-ara”, então, seria periquito duas vezes, embora as araras sejam em geral 4 ou 5 vezes maiores que os periquitos.

A origem da palavra Snob (esnobe) − A Universidade de Oxford, na Inglaterra, era o estabelecimento de ensino preferido pelos nobres para a educação de seus filhos. Contam que ali havia um professor que fazia uma severa distinção entre os alunos pertencentes à aristocracia e os que descendiam da classe burguesa. Na lista dos alunos, esse professor, para dar o tratamento a cada um, de acordo com a sua origem, costumava escrever, com letra miudinha, depois do nome dos alunos plebeus, esta anotação: “S.nob.”, que era a abreviação das palavras latinas “Sine nobilitate”, isto é, sem nobreza. Esta é a origem da palavra “snob”, que se emprega em muitos idiomas para qualificar um indivíduo que se quer dar ares de nobre, sem sê-lo.

A origem da palavra “Habeas Corpus” − A expressão “Habeas Corpus” tem a sua origem numa lei inglesa, cujo texto latino começa com estas palavras: “Habeas corpus ad subjudiciendum”, as quais, traduzidas mais ou menos de orelhada, significam: “Que tenham ou disponham de corpo para apresentá-lo em juízo”.

Este instituto foi incorporado à legislação do Brasil, que, por ser o país da borracha, lhe deu uma grande elasticidade.





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