terça-feira, 2 de julho de 2019

Histórias de um professor de Português



NSM
  
Um aluno aborda o seu professor de Português em sala de aula:
− Professor, eu tô com um “poblema”.
E o professor, irônico:
− “Poblema!”. Eu acho que o senhor está com dois. Um eu já sei qual é...

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Outro aluno, um pouco apreensivo, dirige-se ao professor de Português:
− Professor, eu posso ir à secretaria para dar uma “telefonada”?
E o professor, sem tirar os olhos do livro de chamada:
− Tudo bem, pode ir. Agora, só me diga uma coisa: Na cabeça de quem?

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− Professor, eu faltei à sua prova ontem porque a minha irmã foi “estrompada”.
− A sua irmã e também a Língua Portuguesa.

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− Professor, o senhor melhorou da operação?
− Operação? Que operação?
− Ontem o senhor falou que estava “depauperado”...*

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− Professor, a minha mãe não gostou do que o senhor me mandou fazer com a minha redação.
− Não entendi. O que eu mandei você fazer com a sua redação?
− Tá escrito aqui: “O seu texto é prolixo.”**

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− Professor, o que é sopra no ligeiro?
− Onde está escrito isso?
− No meu livro de música.
− Livro de música? Deixa-me dar uma olhada. Ah! ... Soprano ligeiro...

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Num dia de prova de final de ano. Todos tensos e preocupados. Uma aluna, sentada bem na frente, pergunta pra mim:
− Professor, a prova é com consulta?
Respondo na hora:
−  Claro! Quem trouxe o cérebro pode usar à vontade!

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− Professor, o que é um “diplomata inútil”?
− Diplomata é a pessoa que representa o seu país no estrangeiro. Inútil é alguma coisa sem nenhuma utilidade. Por que a pergunta?
− É que eu estou procurando um emprego, achei um na casa de um “Diplomata inútil”.
− Deixa eu dar uma olhadinha no anúncio: “Precisa-se de uma babá para a casa de um Diplomata. Inútil apresentar-se sem referências.”

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− Professor, onde eu posso fazer um curso de Língua Russa?
− Língua Russa, em Porto Alegre? Nunca ouvi falar que haja algum curso por aqui. Por que você não tenta inglês, francês ou espanhol?
− Não quero nenhum deles. Tem que ser Russo!
− Se não serve nenhum deles, tenta fazer um curso de Português.
− Português eu não “perciso”.

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Início de aula, turma de segundo grau, curso noturno.
Um aluno chega atrasado, sujo de barro. Interpelo:
− Que houve, garotinho (é assim que eu chamava os meus alunos)?
− Professor, resbalei no pátio da escola, o chão estava muito molhado...
− O garoto quer dizer que resvalou no pátio da escola e não resbalou, como acaba de dizer?
− Que é isso, professor, todo mundo fala resbalou!
− Vamos fazer o seguinte: a biblioteca da escola fica neste corredor. Você e quem mais duvidar, vão até lá e consultem um dicionário. Se a palavra for “resbalou”, você ou mais alguns de vocês ganham uma caixa de bombom cada um. Tá combinado?
Uns dez alunos saem apressados da sala de aula...

Fico pensando com os meus botões... esses, na infância,  nunca comeram bergamotas e sim vergamotas...

*****

Num dia de prova de final de ano.
Todos tensos e preocupados.
Uma aluna, sentada bem na frente, pergunta pra mim:
− Professor, a prova é com consulta?
Respondo na hora:
− Claro! Quem trouxe o cérebro pode usar à vontade!



*    depauperado: abatido, esgotado.
**  prolixo: que usa palavras em demasia ao falar ou escrever; que não sabe sintetizar o pensamento.


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