quinta-feira, 25 de junho de 2020

Fé na razão e Razão na sua Fé

Prof. Emilio Myra Y Lopez


Ponde o máximo esforço em conseguir a melhor conduta possível e não vos interessais tanto pelo resultado, que sempre depende de causas alheias à própria vontade.

Dedicai mais tempo a gozar o que possuis e o que alcançais, do que a sofrer pelo que não tendes e pelo que perdeis.

Recordai que não há “mal que por bem não venha” −: não há erro nem malogro do qual não se possa obter, no mínimo, uma lição proveitosa para o futuro.

Tomai a vida “sem pausa nem pressa”, isto é, sem paradas, sem saltos bruscos.

Preferi a agilidade à força; a tolerância à teimosia, ser credores a ser devedores de gratidões.

Buscai o equilíbrio entre impulso, razões e paixões.

Buscai o equilíbrio entre trabalhos, distrações e repousos.

Interessai-vos mais em “fazer o bem” do que em sair-vos bem.

Recordai-vos de que não sois nem “anjos” nem “diabos”, mas meros homens e que tendes em vosso ser um pouco de ambos.

Não sigais a rota de querer ser compreendido, mas a de querer compreender.

Não peçais ajuda para viver; procurai ajudar para viver, ou melhor, viver para ajudar.

Não tenteis combater um dano com outro.

A terapêutica moral não pode ser homeopática. Ao dano é preciso dissolvê-lo − como aconselha Leibnitz: − com superabundância de bem.

Segui em nossa vida a máxima: “suaviter in forma, fortitur in re” (suave na forma, firme nos propósitos).

Imagem do homem feliz

Como é o homem feliz? Certamente não podemos confundi-lo com o exaltado, nem com o otimista insensato, nem com o tolo conformista.

O homem feliz é aquele que, em primeiro lugar, se sente homem, isto é, vive em toda a sua plenitude, sua dignidade humana, sem orgulho nem humildade.

O homem feliz é, além disso, aquele que tem fé em si e na obra que realiza, a qual não a compara com a dos demais, mas a ela própria, tendo em conta sempre a equação de aptidões, créditos e resistências que a condicionam.

O homem feliz é aquele que cada dia renova sua tarefa com a serenidade eficiente de quem não teme nem a vida, nem a morte, pois se sente seguro no nível que lhe corresponde e no qual não se mantém pela graça dos demais, nem, tampouco, a expensas deles, mas pelo desenvolvimento perseverante do seu plano vital, conscienciosamente elaborado.

O homem feliz é o que desenvolveu um caráter flexível e, sem dúvida, inquebrantável como o aço.

O homem feliz é aquele que sabe, também, criar com seu exemplo: paz, confiança e bem estar em redor de si, sem exageros místicos.

O homem feliz é o que soube seguir a série de passos ascendentes que o levaram a merecer seu bem estar e que podemos resumir assim: “estudou para saber. Soube para fazer. Fez para valer. Valeu para servir. Serviu para merecer... viver feliz”.

É, portanto, quem tem: Fé na Razão e Razão na sua Fé.”

Do livro “Problemas Atuais de Psicologia”,
do Prof. Emilio Myra Y Lopez


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