Coco pro Cão
Composição: D. Martins / Manezinho Silva.
Cambito,
cuia, cabeçote de cangalha,
Careta,
cara canalha, carrapeta e caçuá.
Caçote,
coco, carrapato, catolé, carrapicho,
Cangapé,
Calundum, cara, cará.
Cabaça
cheia, caritó e cumpineira, caninana,
Capoeira,
Cangati, cabra, corro.
Curimatã
é cavalo do cão, cabresto
Cata
cavaco no cesto, cazuza do cabrobó.
Chapéu
de couro, caruara, curandeiro,
Curumim,
cara, carreiro, cravinote e carimã.
Coivara,
canga, caçuleta, caipira
Corisco,
cara, cupira, casal de carapanã.
Conrado,
corre chama comadre Cristina,
Camilo
da Carolina e o Chagas Camaleão.
Chegou
Chiquito, cabra chato pra chuchu,
Com
cara de cururu, cantando o coco do cão.
Melhor do que Tu
Composição: Biliu De Campina / Juvenal De Oliveira.
Eu
sei que sou desordeiro,
Desonrador
e tarado,
Por
deus amaldiçoado,
Trambiqueiro
e maloqueiro,
Neto
de catimbozeiro,
Parente
de manitu,
Filho
de surucucu,
Com
gigolô de cortiço,
Provo
que sou tudo isso,
Mas
sou melhor do que tu!
Faço
arrastão na praia,
Roubando
e marcando passo,
Tudo
o que vier eu traço,
Entro
no meio da gandaia,
Tiro
a calça e visto saia,
Com
pomba gira e exu,
Faço
o maior sururu,
Na
mãe de santo dou cheiro,
Chifro
o dono do terreiro,
Mas
sou melhor do que tu!
Falo
de tudo que vejo,
Tudo
o que não presta eu faço.
Dou
coice em vez de abraço,
Dentada
em lugar de beijo,
Sou
sangue de percevejo,
Nascido
em carandiru,
Enguiço
até urubu,
Sou
a caixa do azar,
Lasco
um só no olhar,
Mas
sou melhor do que tu!
Sou
todo cheio de pantim,
Moleque
de vida torta.
Sou
arrombador de porta,
Xeleléu
de mulher ruim,
Pau
d'água de botequim,
Colete
de couro cru,
Espinho
de caititu,
Futucando
uma pantera,
Me
casei com a besta fera,
Mas
sou melhor do que tu!
Sou
bebedor de cachaça,
Assaltante
e desertor,
Caloteiro
e impostor,
Caço
uma briga de graça,
Bebendo
no meio da praça,
Tiro
a roupa e fico nu,
Fedegoso
igual timbu,
Gosto
de fumar maconha,
Pobre,
liso e sem vergonha,
Mas
sou melhor do que tu!
Entrei
numa bebedeira,
Casei
em taba lascada,
Com
uma bicha desonrada,
Que
tinha vindo da feira.
Fiquei
cheio de gafeira,
Pintado
só cururu,
Fiz
o maior sangangu,
Da
mulher já apanhei,
Toda
venérea peguei,
Mas
sou melhor do que tu!
Sou
da pior catrevagem,
Sou
vendedor de muamba,
Sou
acabador de samba,
Contador
de pabulagem,
No
quadro da sacanagem,
Ninguém
quebra o meu tabu.
Roubo
mais que guabiru,
Sou
chefe de vagabundo,
Pior
do que todo mundo,
Mas
sou melhor do que tu!
Quebrado
que nem um caco,
Com
a vida pelo meio,
Já
estou de saco cheio,
De
viver enchendo o saco.
Não
posso ver um buraco,
Sou
igual a candiru,
Fiz
doutorado em rebu,
Sou
feroz e violento,
Eu
dou pontapé no vento,
Mas
sou melhor do que tu!
Severino
Xavier de Souza (Campina Grande − PB,
1º de março
de 1949),
mais conhecido como Biliu de Campina é um compositor,
cantor
e advogado
brasileiro.
Formou-se
em direito,
pela Universidade Estadual da Paraíba
(UEPB), mas trocou a advocacia pela música em 1978 quando iniciou a
carreira artística, resgatando o forró
de raiz. Biliu é um forrozeiro que transita pela sua cidade natal tranquilamente,
sendo um referencial e um patrimônio cultural da cidade. É fácil encontrá-lo no
meio dos turistas no Parque do Povo e horas depois está em cima do
palco fazendo show.
Se
auto-intitula como o maior carrego de Campina Grande. Critica as bandas de forró eletrônico e forró universitário, classificando-os como
sendo travestis de forrozeiros, que aparecem como balão junino; fazendo forró a
força e dizendo que estão dando força para o Forró.
Biliu
lançou três discos
independentes: Tributo a Jackson e Rosil; Forró O Ano Inteiro e Matéria Paga. E
lançou dois CDs independentes: Do Jeito Que O Diabo Gosta e Forrobodologia. Em
2002 mantendo seu lado irreverente, lança: Diga Sim A Biliu de Campina,
trocadilho da campanha nacional do Combate a Pirataria: Diga Não a Pirataria.
O
Forró de Biliu tem toda a essência dos forrós tradicionais, com um suingue
característicos dos discípulos de Jackson e uma irreverência no duplo sentido
das letras que mostra bem toda a malicia e o bom humor nordestino. Biliu mantém
um trabalho local por opção e por falta de oportunidade de mostrar seu trabalho
a nível nacional; não quer se desgastar no sudeste, batendo portas lacradas e
trocado por modismo do mercado fonográfico.
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