Rio
de Janeiro, início do século XX: era na casa de espetáculos Chopp Cantante que
se projetavam os filmes do nascente cinema brasileiro. O lugar também oferecia
shows e números de circo e mágica.
1−Primeira Fase
→
Em 1889 começou a produção de filmes no Brasil, ainda chamados de “vistas
animadas”. O imigrante italiano Alfonso
Segreto, que já atuava no ramo de entretenimento no rio de Janeiro, comprou
uma câmera na França e passou a filmar paisagens.
De
1906 a
1913, cresceu o volume de filmes brasileiros. As produtoras eram a
Photo-Cinematographia Brasileira (1908), a Arnaldo & Cia. e a William &
Cia. Entre 1908 e 1911, a
produção se restringia a filmetes de baixa qualidade que reconstituíam crimes
violentos e/ou passionais ou mostravam outros assuntos mundanos e popularescos.
2−Primeira Crise
→
O mundo evoluiu rapidamente na sétima arte. A indústria floresceu em outros
países, enquanto no Brasil vivia sua primeira grande crise na área. A produção
local mal chegava a meia dúzia de trabalhos por ano, com obras de curta duração
e enredo sofríveis.
Francisco
Serrador, cineasta do período de crise, era um imigrante espanhol que investia
no ramo de entretenimento. Dono de vários cinemas, acabou criando, na primeira
metade do século XX, o Circuito Serrador, rede de salas espalhadas pelas
grandes cidades brasileiras. Foi ele quem concebeu a Cinelândia, inspirada na Times Square.
3−Primeira Obra-Prima
Ganga bruta estava adiante de seu tempo, pois usou metáforas
visuais. Só foi consagrado em 1952, na 1ª Retrospectiva do Cinema Brasileiro. O
filme mostra um engenheiro que mata a mulher na noite de núpcias. O enredo
corre na forma de lembranças do protagonista: o namoro, as suspeitas de
traição, o noivado e o crime.
4−Primeira atriz global
→ Nos
anos seguintes, a carioca Cinédia lançou chanchadas, comédias musicais com
cantoras do rádio e atrizes do teatro de revista. Alo, alô Brasil (1935) e Alô,
alô Carnaval (1936) projetaram artistas como Carmen Miranda, que se tornou artista global.
A
Cinédia se fez no contexto da Revolução de 1930, que transferiu o poder da
oligarquia rural para a classe média urbana. Getúlio Vargas levou o cinema a
buscar sua identidade como indústria de entretenimento. Outras companhias da época:
Brasil Vita Filmes (1934), Sonofilmes (1937) e Atlândida (1942).
5−Primeiro Prêmio Internacional
→ A
criação do estúdio Vera Cruz, em 1949, por empresários paulistas, atendia ao
desejo de reconquistar o espaço perdido para o cinema estrangeiro e de fazer
cinema em bases industriais. Faliu seis anos depois, mas deixou como legado 18
longas-metragens.
O Cangaceiro (1953), escrito e dirigido por Limas Barreto, com
diálogos de Rachel de Queiroz, saiu da Vera Cruz. A obra ganhou o prêmio de
“melhor filme de aventura” no Festival de Cannes, até hoje um dos mais
importantes do planeta. A trilha sonora da história de Lampião e Maria Bonita
foi a canção Olé muié rendeira.
(Da revista História Viva, de 2009)
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