Dos
mais belos projetos de Oscar Niemeyer, selecionamos oito, abrangendo desde os
primórdios da carreira até os dias atuais.
Igreja de São Francisco de Assis (1940)
Belo Horizonte (MG)
A
igreja é um dos destaques do Conjunto da Pampulha: “Era um protesto que eu
levava como arquiteto, de cobrir a igreja de curvas, das curvas mais variadas,
essa intenção de contestar a arquitetura retilínea que então predominava”.
Burle Marx desenhou os jardins. Os baixos-relevos em bronze do batistério foram
esculpidos por Alfredo Ceschiatti. Por sua forma não ortodoxa e pelo mural
moderno pintado por Portinari, as autoridades eclesiásticas não autorizaram a
consagração da igreja. Cultos só passaram a ser celebrados a partir dos anos
1960.
Edifício Copan (1951)
São Paulo (SP)
Localizado
na região central, é um dos projetos de Niemeyer para as comemorações do quarto
centenário da cidade, celebrado em 1954. Nos 1.160 apartamentos, divididos em
seis blocos e 37 andares, vivem hoje cerca de 5 mil pessoas. É a maior
estrutura de concreto armado do País.
Congresso Nacional (1958)
Brasília (DF)
Dos
prédios projetados por Niemeyer na Praça dos Três Poderes, o do Congresso é o
seu preferido. “Quando alguém vai a Brasília eu pergunto se viu o Congresso Nacional,
e pergunto depois se gostou, se achou que o projeto era bom. Certo de que ela
podia ter gostado ou não, mas nunca podia dizer que tinha visto antes coisa
parecida.”
Catedral Metropolitana (1958)
Brasília (DF)
O
interior da igreja recebe luz natural pelos vitrais pintados por Marianne
Peretti. A Via Sacra é de Di Cavalcanti; os azulejos no batistério, de Athos
Bulcão. “Evitei as soluções usuais das velhas catedrais escuras, lembrando
pecado. Ao contrário: fiz escura a galeria de acesso à nave, e esta, toda
iluminada, colorida, voltada com seus belos vitrais transparentes para os
espaços infinitos.”
Sede do partido Comunista Francês (1967)
Paris (França)
Niemeyer
levou apenas três dias para desenhar a planta do edifício. “Minha preocupação
foi guardar no térreo o equilíbrio desejado entre volumes e espaços livres. Meu
intuito era marcar um princípio importante da arquitetura, que, pela Europa,
nem sempre era bem entendido.” Na França, os refeitórios dos assalariados
costumam ser localizados no subsolo dos imóveis. Niemeyer fez diferente:
instalou o refeitório no último andar, para que os trabalhadores pudessem
aproveitar a luz natural e a vista de Paris. O prédio abrigará neste ano (2007)
uma exposição em homenagem ao centenário do arquiteto.
Editora Mondadori (1968)
Milão (Itália)
Na
fachada da editora, Niemeyer buscou manter um jogo harmonioso de volumes e
espaços livres. “Fiz as colunas variando o vão: vão de 15 metros , de 3 metros , de 5 metros , de 6 metros . Era uma ideia
que me ocorreu, uma ideia ʽmusicalʼ, vamos dizer.” O arquiteto italiano que
trabalhou no projeto não gostou da ousadia. Quis fazer colunas de 8 em 8 metros , mas a criação de
Niemeyer prevaleceu.
Centro Cultural de Le Havre (1972)
Le Havre (França)
Projeto
tombado como patrimônio histórico pela Unesco. Niemeyer chegou ao local,
localizado à beira do mar, e disse ao prefeito que, para proteger a praça do
frio e dos ventos, queria afundá-la 4 metros . Apesar de espantado, o dirigente
autorizou. “Você anda pela calçada e está vendo a praça embaixo”, explica
Niemeyer. “Você é convidado a descer porque tem um teatro dentro dela, o
sujeito desce e vê a praça. Essa característica a faz diferente de todas as
outras da Europa.”
Museu de Arte Contemporânea de Niterói (1991)
Niterói (RJ)
“A
arquitetura tem que ser fácil de explicar. Quando cheguei ao espaço destinado
ao museu, vi a paisagem, e o mar defronte. Aí, as montanhas do Rio. Uma
paisagem que eu tinha de preservar. Então subi o prédio, mantive a paisagem,
com o museu solto no ar.”
Museu Oscar Niemeyer (2002)
Curitiba (PR)
Niemeyer
projetou em 1967 o edifício, que inicialmente abrigaria um instituto de
educação. O prédio, no entanto, acabou sendo usado como sede de secretarias e
outros órgãos administrativos do Paraná. Em 2001, o governo do Estado resolveu
transformar o complexo em um museu, convidando o arquiteto para desenhar um
novo anexo, que ficou conhecido popularmente como Olho. “Lá está o museu a
surpreender a todos que passam. Uma arquitetura que foge a tudo que viram
antes. Toda feita de audácia, de técnica e de fantasia.”
(Do Almanaque de Cultura Popular, TAM, agosto de 2007)
Oscar
Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho (Rio de Janeiro, 15 de dezembro
de 1907
– Rio de Janeiro, 5 de dezembro
de 2012)
foi um arquiteto
brasileiro, considerado uma das figuras-chave no desenvolvimento da arquitetura moderna. Niemeyer foi mais
conhecido pelos projetos de edifícios cívicos para Brasília,
uma cidade planejada que se tornou a capital do Brasil em 1960, bem como por
sua colaboração no grupo de arquitetos indicados pelos Estados-membros da ONU que projetaram a sede das Nações Unidas em Nova Iorque,
nos Estados
Unidos. Sua exploração das possibilidades construtivas do concreto
armado foi altamente influente na época, tal como na arquitetura do final do
século XX e início do século XXI. Elogiado e criticado por ser um “escultor de monumentos”,
Niemeyer foi um grande artista e um dos maiores arquitetos de sua geração por
seus partidários. Ele alegou que sua arquitetura foi fortemente influenciada
por Le Corbusier,
mas, em entrevista, assegurou que isso “não impediu que [sua] arquitetura
seguisse em uma direção diferente”.
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