quinta-feira, 25 de junho de 2020

Deixa teu marco!

Duílio caldeira*


Meu camarada! − Sê sincero e verdadeiro −
O que fizeste em tantos anos nesta vida?
A tua consciência não te acusa
De haveres esbanjado teus minutos?
Foram teus sonhos, pelo menos, começados
E alguns deles foram realizados?
Os teus propósitos vingaram ou se perderam?
Tu tens em ti este poder maravilhoso
Que tal te foi dado pela natureza:
Podes pensar e planejar e executar,
Mas, no entanto, tu preferes copiar?

Por que norteias todas as tuas ações
Pelo temor de que elas desagradem
Aos que são, como tu, da mesma massa,
Da mesma terra e da mesma água?

Vê se transformas tua inércia
E teu viver latente em labutar!
Lembra que o tempo que deixares ir,
Sem preenchê-lo com ações fecundas,
Nunca terás de volta em tua vida.
E te serão cobrados, muito em breve,
Os altos juros de arrependimento
Do desperdício de momentos preciosos
Que permitiste ir caindo um a um
No abismo oco da inutilidade!

Toma vergonha, companheiro, escuta!
A voz da vida está te gritando nos ouvidos:
− Faze qualquer coisa por ti mesmo ou pelos outros!

Deixa na terra uma lembrança tua!
Deixa teu nome gravado numa rocha!
Deixa uma árvore dando sombra, meu amigo!

*Duílio Caldeira foi um militar, Sargento Paraquedista e Mestre de Salto.


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