Duílio caldeira*
Meu
camarada! − Sê sincero e verdadeiro −
O
que fizeste em tantos anos nesta vida?
A
tua consciência não te acusa
De
haveres esbanjado teus minutos?
Foram
teus sonhos, pelo menos, começados
E
alguns deles foram realizados?
Os
teus propósitos vingaram ou se perderam?
Tu
tens em ti este poder maravilhoso
Que
tal te foi dado pela natureza:
Podes
pensar e planejar e executar,
Mas,
no entanto, tu preferes copiar?
Por
que norteias todas as tuas ações
Pelo
temor de que elas desagradem
Aos
que são, como tu, da mesma massa,
Da
mesma terra e da mesma água?
Vê
se transformas tua inércia
E
teu viver latente em labutar!
Lembra
que o tempo que deixares ir,
Sem
preenchê-lo com ações fecundas,
Nunca
terás de volta em tua vida.
E
te serão cobrados, muito em breve,
Os
altos juros de arrependimento
Do
desperdício de momentos preciosos
Que
permitiste ir caindo um a um
No
abismo oco da inutilidade!
Toma
vergonha, companheiro, escuta!
A voz
da vida está te gritando nos ouvidos:
−
Faze qualquer coisa por ti mesmo ou pelos outros!
Deixa
na terra uma lembrança tua!
Deixa
teu nome gravado numa rocha!
Deixa
uma árvore dando sombra, meu amigo!
*Duílio Caldeira foi um militar, Sargento Paraquedista
e Mestre de Salto.
Alguns poemas conseguem ser atemporais.
ResponderExcluirEste é um deles.
Verdade, de um poeta bom e desconhecido...
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