Uma fábula de Esopo*
O Falcão estava faminto. Passara o dia inteiro procurando comida, sem sucesso. Aproximava-se a noite, e ele precisava encontrar uma presa logo logo, senão dificilmente conseguiria dormir, de tanta fome.
Avistou
um pássaro ao longe, à sua frente. Voando como uma flecha, cravou as garras no
pescoço do Rouxinol, que não se apercebera do perigo chegando por trás.
Enquanto voava de volta a seu ninho, o Falcão ouviu o apelo desesperado do Rouxinol:
Enquanto voava de volta a seu ninho, o Falcão ouviu o apelo desesperado do Rouxinol:
− Por favor, poderoso Falcão. Eu sou um pobre Rouxinol. Sou pequeno demais para a sua fome. Por que você não me larga e vai procurar uma ave maior, que possa satisfazer seu magnífico estômago?
O Falcão prosseguiu em seu voo, sem responder ao Rouxinol.
− Além disso, eu canto muito bem. Se você me largar, posso cantar para você, enquanto buscamos um alimento melhor. Prometo que não vou fugir. Nem conseguiria, por causa de sua velocidade muito superior à minha.
E então o Falcão respondeu:
− Eu seria um tolo se o largasse agora, pequeno Rouxinol. Se possuo um alimento garantido entre minhas garras, por que iria procurar outro que ainda nem está à minha vista? Um pássaro pequeno que eu já tenha vale muito mais, para mim, do que um grande pássaro que ainda não capturei.
O
francês
jornal Zero Hora, agosto de 2020)
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