sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Pequenas Histórias

Uma história verídica

O avô de um amigo meu, que faleceu com quase 100 anos, tinha o dom da premonição.

 Um dia, ele falou alto para que todos pudessem ouvi-lo:

 − Acho que esse navio está com gente demais a bordo e o preocupante que esta é a sua primeira viagem intercontinental. Não gosto desse nome “Titanic”, nome estranho, que só de pronunciar até me dá arrepios! Além do mais, ele vai passar por uma zona de icebergs, imagina um naufrágio, com botes de salvamento insuficientes, quem não morrer afogado vai morrer de frio!

Aí o pessoal não aguentou mais, e o expulsou do cinema.

                                                         (NSM)

A espada milagrosa

Conta-se, e bem viva é a imaginação humana, que o papa Xisto V costumava percorrer, de vez em quando, e disfarçado, as tavernas de Roma, a fim de melhor conhecer o seu povo. Numa dessas tavernas um soldado, depois de ter bebido à vontade, pagou ao taverneiro deixando-lhe a lâmina de sua espada, que substituiu por uma lâmina de madeira, logo metida na bainha.

O papa presenciou toda a cena, sem que ninguém o identificasse. No dia seguinte deveria realizar-se uma execução capital, diante de tropa. O comandante da mesma fez avançar um soldado, exatamente o da véspera, e comunicou que, por ordem de Sua Santidade, ele seria encarregado de executar o réu. O soldado empalideceu, mas depressa recobrou o ânimo, e, numa invocação piedosa, exclamou, a voz fortíssima:

− Senhor! Faze com que a minha espada se transforme numa espada de madeira, evitando, assim, que sirva à morte de meu próximo, pois que tu disseste que devemos amar ao próximo como a nós mesmos!

Desembainhou então a espada, e a multidão ficou pasmada, diante do “milagre”. Vantagem para o réu, que foi perdoado − aliás o crime não era dos maiores −, com a cumplicidade risonha e secreta de Sua Santidade.

        (Do livro “Grandes Anedotas da História”, de Nair Lacerda)


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