Um príncipe de uma dinastia árabe, quando pequeno, tinha um preceptor* que o instruía tão bem que o aluno se destacava em todas as matérias. Certo dia, o preceptor castigou-o duramente e sem motivo. O jovem nobre ficou muito ressentido.
Quando subiu ao trono, mandou vir o preceptor e perguntou-lhe:
− Por que me bateste e me fizeste ajoelhar aos teus pés, em tal dia, sem que eu o merecesse?
Respondeu o preceptor:
− Quando lhe vi tantos dotes, sabia que iria herdar o reino de seu pai. Quis revelar-lhe o sabor da iniquidade** para preveni-lo contra ela.
O rei admirou a sabedoria do seu antigo preceptor e deu-lhe um cargo elevado na corte.
Do livro:
“As mais Belas Páginas da Literatura Árabe”, de Mansour
Challita
* Preceptor: → Pessoa incumbida de acompanhar e orientar a educação de uma criança ou de um adolescente.
** Inquidade: → Qualidade de iníquo, contrário à equidade, à justiça. Aquilo que é injusto, oposto ao que é justo e igualitário. Ato ou comportamento contrário à moral, à religião, à igualdade. Comportamento ou ação perversa e maldosa; malevolência.
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