Um discípulo foi até o porão do velho convento.
Era naquele lugar que vivia um homem muito sábio. O jovem empurrou a pesada porta, entrou e demorou um pouco para acostumar os olhos com a pouca luminosidade.
Finalmente, ele localizou o ancião sentado atrás de uma escrivaninha. Apesar do escuro, ele fazia anotações num grande livro.
O discípulo se aproximou com respeito e perguntou, ansioso pela resposta:
– Mestre, qual o sentido da vida?
O
monge permaneceu
Mais que depressa, o discípulo pegou o pano e subiu – em uma estante. Conseguiu alcançar a vidraça, começou a esfregá-la com força, retirando a sujeira que impedia a transparência.
O sol inundou o aposento e iluminou com sua luz dezenas de papiros e pergaminhos com anotações.
Cheio de alegria, o jovem declarou:
– Entendi, mestre. Devemos nos livrar de tudo aquilo que não permita o nosso aprendizado. Buscar tirar o pó dos preconceitos e as teias das opiniões que impedem que a luz do conhecimento nos atinja. Só então poderemos enxergar as coisas com mais nitidez.
Fez uma reverência e saiu do aposento, a fim de comunicar aos amigos o que aprendera.
O velho monge sentiu os raios do sol a invadir o quarto com a claridade da qual se desacostumara. Viu o discípulo se afastando, sorriu levemente e falou:
– Mais importante do que aquilo que alguém mostra é o que o outro enxerga. Afinal, eu só queria que ele colocasse o pano no lugar de onde caiu.
(Autor Desconhecido)
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