Contam que Pablo Neruda nunca tinha dinheiro nos bolsos. Quando ele acabava de jantar num restaurante, o dono aproximava-se da mesa com a conta, esperançoso e perguntava:
- O senhor vai pagar a conta ou assinar?
Pablo Picasso fazia uma mímica de procurar dinheiro nos bolsos e acabava assinando a nota, que o dono do restaurante mandava emoldurar e depois vendia como um Picasso autêntico, por muito mais do que o valor do jantar.
Quando a comida estava especialmente boa ou quando o grupo de Picasso era maior, ele, em vez de assinar a nota, fazia uma rápida pomba ou odalisca na toalha, que, mesmo com manchas de molho e vinho, passava a valer uma fortuna. Ou então improvisava uma escultura com rolhas, miolo de pão e palitos e a presenteava ao dono eufórico.
Certa vez, Picasso mandou a empregada fazer o rancho e lhe deu um desenho para pagar a conta. Um bico de pena razoavelmente bem acabado, pois a conta seria grande. Paga a conta, a empregada voltou com as compras e com um desenho horroroso feito num papel de embrulho, que entregou ao seu patrão. Embaixo, estava a assinatura: “Pinot”.
- O Monsieur Pinot, do armazém, mandou.
- Por quê?
- Ele disse que é o troco.
Ler o ACB ,desperta curiosidade em saber mais sobre os textos.
ResponderExcluir