Lia Pires foi o maior advogado criminalista que o Estado do Rio Grande do Sul já conheceu. Era exímio conhecedor da psiquê humana e sabia que precisava provar para o júri, a inocência do seu cliente. Quase sempre ele conseguia.
Um dos casos mais conhecidos dele é este narrado abaixo:
Na década de 70, defendeu um sapateiro acusado de matar um vizinho com uma espingarda calibre 12. O rapaz passava na frente da sapataria todos os dias, insultando e dizendo um palavrão para o réu. Uma manhã, o sapateiro perdeu a cabeça e matou o homem.
No júri, Lia Pires começou:
− Excelentíssimo senhor juiz, presidente destes trabalhos.
− Excelentíssimo senhor juiz, presidente destes trabalhos.
− Excelentíssimo senhor juiz, presidente destes trabalhos.
− Excelentíssimo senhor juiz, presidente destes trabalhos.
Repetiu a frase quatro vezes. Quando se preparava para a quinta, o juiz interrompeu, asperamente.
− Veja bem, excelência − disse Lia − eu o elogiei quatro vezes e o senhor ficou irritado. Imagine se, como o meu cliente, o senhor ouvisse um palavrão todo dia.
O réu foi absolvido pelos jurados.
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