“Quando um companheiro morre assim, a sua morte ainda parece um ato que está na ordem normal do ofício. A princípio fere menos, talvez, que qualquer outra morte. Certamente está afastado. Sofreu sua última transferência de escala, mas sua presença não nos falta ainda, em profundidade, como poderia faltar o pão... Mas, pouco a pouco, descobrimos que nunca mais ouviremos o riso claro daquele companheiro; descobrimos que aquele jardim está fechado para sempre. Então começa nosso verdadeiro luto, que não é desesperado, mas um pouco amargo. Nada, jamais, substituirá o companheiro perdido. Ninguém pode criar velhos companheiros, nada vale o tesouro de tantas recordações comuns, de tantas horas más vividas juntos, de tantas desavenças, de tantas reconciliações, de tantos impulsos afetivos...”
Antoine de Saint-Exupéry, in “Terra dos Homens”
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