quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

A omissão

 

Segundo o Padre Antonio Vieira, “a omissão é o pecado que com mais facilidade se comete, e com mais dificuldade se conhece. E o que facilmente se comete e dificilmente se conhece, raramente se emenda. A omissão é um pecado que se faz não fazendo, pois quem sabe que deve fazer o bem e não faz, nisso está pecando”. 

O omisso nunca toma partido, nunca se envolve em polêmica, nunca defende aquele que está apanhando porque não quer confusão. Ele vê a covardia sendo cometida, mas fica, quieto, na dele, é um omisso total.

No final do ano passado, e no início deste ano (2023), houve uma grande polarização política em nosso país. Cada um defendendo a ideologia de seu partido. Se olharmos de maneira crítica e lermos nos jornais e o que foi mostrado nas TVs, percebemos que foi tentado um golpe de estado em nossa nação. Houve pedidos de fanáticos por uma intervenção militar e o que as urnas revelaram não valia para o candidato perdedor. 60 milhões de eleitores que escolheram um candidato contra 58 milhões que escolheram outro, isso, para os golpistas, não deveria ser aceito democraticamente e tentaram, por uma manifestação de vândalos alucinados, recolocar no poder o candidato perdedor. 

O país, então, ficou divido entre as pessoas de bom senso, democratas, gente a favor das vacinas, racionais, defensores da natureza, dos necessitados, das causas sociais e dos índios fragilizados brasileiros. Do outro lado, os negacionistas, os desumanos, os que defendem o lucro a qualquer custo, os que acreditaram num fascista, covarde, corrupto, sem amor à pátria, à família e muito menos a Deus. 

Amigos e familiares ficaram divididos entre duas propostas antagônicas: Um candidato que ficou oito anos no poder, fazendo um bom governo reconhecido por quase todo o povo brasileiro, que foi acusado por um juiz ambicioso e parcial, que largou sua carreira judiciária e aceitou um cargo importante para ser ministro da “Justiça!”, do candidato que ele ajudou a se eleger, depois pediu demissão porque seu “herói” estava interferindo na sua jurisdição de magistrado. 

O outro candidato xingou jornalistas que faziam perguntas ao seu desagrado, deixou que garimpeiros poluíssem as águas dos rios onde os índios Yanomamis tiram o seu sustento; deixou que madeireiros devastassem imensas áreas da floresta Amazônica; fez apologia de remédios sem comprovação científica na cura da covid,  negou a sua propagação e custou a comprar, no momento da pandemia, vacinas que poderiam salvar milhares de vidas. Sua atitude vai ser por muito tempo debatida no Tribunal da História no dia em que contarem o que aconteceu, por sua culpa, num momento dramático da doença no Brasil. 

Agora, seus eleitores vendo escancaradas na mídia todas as sujeiras da sua gestão, o desrespeito pelo povo, pelos países vizinhos, usando recursos da nação em motociatas demagógicas e eleitoreiras, sendo enganados em sua boa fé de brasileiro alienado, estão desiludidos porque não quiseram enxergar o óbvio: o mau militar, dito pelo ex-presidente do regime militar Ernesto Geisel em sua biografia para a História. O político que ficou mais de vinte anos no baixo clero da Câmara, sem apresentar qualquer projeto, zombou, fugindo do país, dos que acreditaram duas vezes nele. Isso é incrível! 

Sei de muitas famílias e grupos de amigos onde apenas um membro teve a coragem de se manifestar a favor dos ideais democráticos e foi hostilizado, marginalizado e excluído, pelo isolamento, porque não entrou na paranoia do golpismo difundido em redes sociais e e-mails familiares. Membro esse que ficou sozinho, sem apoio, sem uma palavra de carinho só porque foi corajoso e tomou uma posição contrária a da maioria burra e alienada. 

E que isso nunca mais aconteça em nosso país!

3 comentários:

  1. O grande democrata fugiu da raia? Não me surpreende! Por falta de argumentos os esquerdopatas preferem cancelar, anular, extirpar as opiniões que lhe sejam contrárias e chamam isso de democracia. Hipócritas.

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    1. Post Scriptum

      Este almanaque, e o texto acima especial, deve ser lido por pessoas que defendem e cultuam a democracia. Fascistas, alienados e desbocados procurem outro tipo de leitura que coadunem com suas ideias e doutrinas políticas. Há um ditado árabe que diz o seguinte: “Os cães ladram, a caravana passa...”.

      Observação final

      Algumas coisas eu “acho” que já sei a teu respeito: és branco, classe média, talvez seja formado por alguma faculdade de merda, estás desempregado, moras os com pais, ficas o tempo todo na internet. Gostou deste almanaque, até ler o texto “O omisso”, que mexeu com o teu temperamento fascista. Já votaste duas vezes no Bolsonaro. Já saiste às ruas com camiseta amarela da seleção. Estás puto da cara porque o teu candidato perdeu para o “Lula ladrão”. Pode ser até que sejas mais velho, ex-militar... burguês, evangélico, temperamental, pois numa discussão perdes a linha e partes para o palavrão. Gostas de ler, se apaixonou pelo almanaque. Guardou no PC vários textos, alguns até não conhecia, riu e se emocionou com alguns, aprendeu muito com outros. Mas, que merda! Foi ler logo “O omisso”, ficou brabinho. Vai encher meu saco durante muito tempo, mas irá, com certeza, continuar lendo escondido e se irritar com aqueles textos que vão de encontro com as tuas convicções políticas.

      Pode ser que, também, sejas um professor aposentado, direitista, da região Sul... Leste e gostaste de vários textos, desde que não falem mal do Bolsonaro. Veja só, um cara que lê e não aprendeu nada da vida, pois ainda, depois de tudo que a imprensa divulgou, ainda acredita no Bolsonaro, pode?

      P.S. Sou apenas velho professor de 80 anos, aposentado, em tratamento médico, que tinha o único propósito na vida, dar gotas de saber aos jovens do nosso país, compilando textos de livros que eu já li, artigos de jornais e revistas, sem visar a lucro, mas cometi um pecado. Mexi nos brios de um fascista, que não sabe que é fascista, e diz, que eu, que sou um liberal democrata, cristão, ex-paraquedista do exército, é que sou fascista?! Tá de brincadeira!

      (Este texto ficará apenas 24 horas no Almanaque)

      Penso que, a partir de 1º de março, vou largar tudo.
      Não fujo da raia, só que enchi o saco!

      Anônimo medroso, que nem nome colocas na tua crítica.

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  2. Velho e comunista. Binômio de burrice. Fui...

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